Exposição em Paris destaca legado do criador da alta-costura mundial

Era uma vez a alta-costura, que ganhou novo fôlego em 1952 com o New Look de Christian Dior. O modelo La Cigale, com sua silhueta em forma de ampulheta, marcou a moda ao unir o clássico e o moderno. Dior, que se inspirou em Charles Frederick Worth, o precursor da alta-costura, trouxe à tona um novo estilo que reverberou por décadas.

A exposição "Worth — Inventer la Haute Couture", em cartaz no Petit Palais de Paris até 7 de setembro, celebra a obra de Worth. Com 400 peças históricas, a mostra revela a influência do estilista na moda contemporânea e na indústria. Worth, que fundou a Chambre Syndicale de la Haute Couture, estabeleceu práticas que ainda são referência, como a confecção artesanal e a exclusividade das peças.

Worth foi um verdadeiro revolucionário. Ele introduziu desfiles com modelos vivas, ao invés de manequins, e fez da moda um negócio em expansão. Sua abordagem inovadora fez com que a alta-costura se tornasse uma arte, com suas criações assinadas como obras de arte. "As mulheres vêm me ver para pedir ideias, não para seguir as delas", afirmou em 1858, destacando sua visão à frente do seu tempo.

No auge de sua carreira, a House of Worth contava com 1.200 funcionários, mesclando trabalho artesanal e industrial. Worth transformou a moda em uma indústria que, atualmente, movimenta cerca de 12,6 bilhões de dólares e pode alcançar 15,4 bilhões até 2033. Sua contribuição para a moda é inegável, sendo considerado o "pai da alta-costura".