Mulher tailandesa é presa por extorsão a monges após gravações íntimas

A polícia da Tailândia prendeu uma mulher identificada como "Ms Golf", acusada de extorquir pelo menos nove monges, totalizando cerca de 385 milhões de baht (aproximadamente 11,9 milhões de dólares). A detenção ocorreu após investigações que revelaram que ela usava fotos e vídeos de relações sexuais com os monges para chantageá-los.

Durante a busca em sua residência, as autoridades encontraram mais de 80.000 imagens e gravações que foram utilizadas para a extorsão. O caso veio à tona em junho, quando um abade de Bangkok abandonou a vida monástica após ser alvo de chantagem. A mulher alegou ter um filho do monge e exigiu mais de 7 milhões de baht em pensão alimentícia.

As investigações indicam que quase todo o dinheiro extorquido foi retirado, com parte sendo utilizada em jogos de azar online. Ms Golf enfrenta várias acusações, incluindo extorsão e lavagem de dinheiro. Em resposta ao escândalo, a polícia criou uma linha direta para denúncias sobre monges que se comportam de maneira inadequada.

Reação da Instituição Budista

O escândalo levou o Conselho Supremo da Sangha, órgão que regula o budismo na Tailândia, a anunciar a formação de um comitê especial para revisar as normas monásticas. O governo também está considerando penalidades mais severas para monges que violarem o código monástico.

Recentemente, o rei Vajiralongkorn revogou um comando real que conferia títulos a 81 monges, citando os escândalos que têm causado grande sofrimento aos budistas. A situação é preocupante em um país onde mais de 90% da população se identifica como budista, e os monges são altamente respeitados.

Contexto de Escândalos

Nos últimos anos, a instituição budista tailandesa tem enfrentado uma série de escândalos, incluindo casos de ofensas sexuais e tráfico de drogas. Especialistas apontam que a hierarquia rígida dentro da Sangha dificulta a denúncia de comportamentos inadequados. A falta de mudanças significativas nas práticas disciplinares gera desconfiança entre a população.

A continuidade das investigações, tanto pela polícia quanto pelo Conselho da Sangha, é vista como um passo crucial para a reforma necessária. A transparência nas apurações pode ajudar a restaurar a confiança do público na integridade da Sangha.