Trump promove encontro entre empresários brasileiros e americanos para negociações

Na primeira reunião entre ministros e empresários, o governo brasileiro discutiu os impactos do tarifaço de 50% sobre produtos nacionais, anunciado por Donald Trump para entrar em vigor em 1º de agosto. O consenso entre os participantes foi a necessidade de negociação com os Estados Unidos antes de considerar retaliações.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, se reuniu com líderes de setores como máquinas, alumínio e agronegócio. Durante o encontro, enfatizou que o governo não se comprometerá a um patamar específico de alíquota, mas buscará soluções rápidas. Alckmin destacou que a indústria brasileira não pode substituir o mercado americano em curto prazo, e que um acordo sobre etanol e bitributação poderia ser vantajoso.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), representada por seu presidente, Ricardo Alban, sugeriu um prazo de 90 dias para a implementação das tarifas, caso não haja acordo até a data limite. Alban alertou que a medida pode resultar na perda de 110 mil postos de trabalho e pediu cautela nas ações do governo. Ele afirmou que o Brasil não deve agir de forma precipitada.

Estratégias de Negociação

O governo brasileiro planeja enviar uma nova carta aos EUA, cobrando resposta a uma correspondência anterior. Alckmin informou que as empresas devem contatar seus parceiros americanos para discutir os impactos da tarifa. O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, expressou confiança na continuidade das boas relações comerciais entre os países.

Os empresários presentes na reunião manifestaram preocupação com a possibilidade de tarifas setoriais, temendo que segmentos menos prioritários sejam mais afetados. A Embraer, uma das empresas mais impactadas, destacou que o custo de fabricação de aviões pode aumentar em R$ 50 milhões por unidade. O presidente da empresa, Francisco Gomes Neto, reiterou que a questão econômica deve prevalecer sobre a política.

Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas também se reuniu com empresários para discutir estratégias de reversão do tarifaço. O clima foi de diálogo construtivo, com foco na importância de fortalecer as parcerias entre a indústria paulista e os EUA.