Venda ilegal de tadalafila se espalha por praias e locais badalados do Rio

O uso recreativo da tadalafila cresce no Brasil, especialmente entre jovens e homens de diversas idades. O medicamento, indicado para disfunção erétil, é vendido ilegalmente em praias e festas, refletindo uma mudança nas conversas sobre sexualidade. Recentemente, a Anvisa proibiu produtos alimentícios à base da substância.

Na Rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, um vendedor ambulante grita: “Bala, tadala!”. O remédio se tornou uma "pílula de segurança" para muitos homens, que o utilizam antes de encontros ou festas. Adolescentes e jovens buscam a substância para se sentirem mais confiantes, enquanto outros a combinam com álcool e drogas. Em casas de swing, a venda ilícita de comprimidos é comum, e alguns frequentadores chegam a levar frascos manipulados.

Embora homens mais velhos ainda usem a tadalafila sob prescrição médica, o público jovem parece ser o mais crescente. Dados da Anvisa mostram que, em cinco anos, as vendas do medicamento aumentaram de 21,4 milhões para mais de 64 milhões de caixas. O uso recreativo, no entanto, traz riscos. O médico Danilo Souza Lima da Costa Cruz alerta sobre os perigos da superdosagem e interações com outros medicamentos, que podem levar a consequências graves, como ataques cardíacos.

Riscos e Consequências

O uso indiscriminado da tadalafila pode resultar em efeitos colaterais, como dores de cabeça e priapismo. Médicos recomendam acompanhamento para evitar complicações. Apesar dos alertas, a substância é cada vez mais popular, especialmente em festas e eventos. Durante o último carnaval, a venda do medicamento foi notada até entre crianças.

A prefeitura do Rio realiza fiscalizações para coibir a venda ilegal do remédio. Ambulantes que comercializam a tadalafila enfrentam penalidades. O uso recreativo, embora comum, levanta questões sobre a saúde mental e a insegurança dos usuários, que buscam na substância uma solução para suas ansiedades.