Equipe investiga suspeitos e elucida crimes em São Paulo com método inovador

A série americana Criminal Minds inspirou a criação do primeiro laboratório de perfilamento criminal no Brasil, localizado em São Paulo. Profissionais desse laboratório analisam cenas de crimes violentos para entender o comportamento dos criminosos. Recentemente, a equipe contribuiu para esclarecer casos como o da professora Fernanda Bonin, identificando um crime encomendado, e o da estudante Bruna Oliveira, onde um perfil detalhado levou à identificação de um suspeito.

O laboratório, coordenado pelo psicólogo criminal Christian Costa, foi criado há um ano e utiliza uma abordagem que envolve a análise minuciosa das cenas dos crimes. Christian explica que o perfilamento é como uma "engenharia reversa", onde se busca entender a dinâmica dos fatos e o comportamento do autor. Ele possui vasta experiência, tendo realizado mais de 6.000 entrevistas em presídios, o que o ajudou a desenvolver um método adaptado à realidade brasileira.

Metodologia de Análise

A equipe do laboratório examina diversos elementos, como o tipo de ferimento na vítima, a posição do corpo e o local do crime. Esses fatores ajudam a determinar se o criminoso é um iniciante ou um profissional. Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, destaca que o grupo busca compreender a mente do criminoso, enquanto os investigadores focam na captura do suspeito. A colaboração entre as equipes é essencial, mas cada uma mantém suas linhas de investigação separadas.

No caso de Fernanda Bonin, encontrada morta em abril, o perfilamento descartou a hipótese de latrocínio. O estudo indicou que se tratava de um crime encomendado, realizado por pessoas que conheciam bem a região onde o corpo foi deixado. No caso de Bruna Oliveira, o perfil elaborado pela equipe ajudou a identificar um suspeito conhecido na área, levando à descoberta de que ele era um predador sexual.

Impacto e Relevância

O perfilamento criminal é uma técnica nova no Brasil, mas já se mostra fundamental para elucidar homicídios. Christian Costa ressalta que essa abordagem traz respostas técnicas e científicas sobre o comportamento de homicidas, algo que não existia anteriormente no país. A equipe continua a trabalhar em colaboração com as investigações, fornecendo informações valiosas que podem direcionar as ações policiais.