15 de jul 2025
Festival de fotografia de Arles exalta diversidade brasileira e homenageia Nan Goldin
Rencontres d'Arles destaca a fotografia brasileira com exposições de Sebastião Salgado e Nan Goldin, além de debates sobre inteligência artificial.

Obra 'Young Love', de Nan Goldin, 2024 (Foto: Nan Goldin/Divulgação)
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O Rencontres d'Arles, um dos mais prestigiados festivais de fotografia do mundo, destaca-se nesta edição pela forte presença brasileira. O evento, que ocorre no sul da França, apresenta quatro grandes exposições, incluindo homenagens a Sebastião Salgado e Nan Goldin, além de debates sobre o impacto da inteligência artificial na fotografia.
As exposições incluem retratos imaginários de casais LGBT do século 19, criados por inteligência artificial, e uma análise do cotidiano de uma favela em Belo Horizonte nos anos 1980. O diretor do festival, Christoph Wiesner, expressou satisfação com a diversidade da presença brasileira: "Estamos muito felizes com essas quatro direções diferentes". A programação é parte do Ano do Brasil na França, que vai de abril a setembro.
Na abertura do festival, Lélia e Juliano, viúva e filho de Salgado, prestaram tributo ao fotógrafo, falecido em maio. Juliano lembrou que seus pais eram frequentes no festival, moldando a visão de fotografia e curadoria. O destaque da noite foi a premiação de Nan Goldin, que recebeu o prêmio Mulheres em Movimento e provocou discussões ao criticar a situação em Gaza.
Exposições em Destaque
A mostra de Goldin, intitulada "Síndrome de Stendhal", contrasta obras clássicas com retratos de amigos e amantes. Outro destaque é a exposição "Yves Saint Laurent e a Fotografia", que explora a relação do estilista com grandes fotógrafos. A inteligência artificial também foi um tema central, com a obra de Mayara Ferrão, que utiliza a tecnologia para criar retratos de amor entre mulheres pretas, algo ausente nos arquivos históricos.
A exposição "Futuros Ancestrais", com curadoria de Thyago Nogueira, apresenta uma nova geração de fotógrafos brasileiros, refletindo sobre identidade e história. A artista Ventura Profana utiliza colagens para abordar a violência e as contradições da sociedade brasileira, traçando paralelos entre a vida de Jesus e a população trans.
Retratos do Cotidiano
A mostra "Retratistas do Morro" destaca o trabalho de João Mendes e Afonso Pimenta, que documentaram a vida na comunidade da Serra, em Belo Horizonte. O acervo, que inclui registros de celebrações e eventos, foi resgatado do esquecimento por Guilherme Cunha e já chamou a atenção de instituições como o MoMA.
A exposição "Construção Desconstrução Reconstrução" analisa a fotografia modernista brasileira, enquanto "Claudia Andujar: No Lugar do Outro" foca na obra da fotógrafa, incluindo seu trabalho na revista Realidade. O festival segue até 5 de outubro, com ingressos variando de € 5 a € 40.
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