EUA investigam práticas desleais do Brasil e levantam riscos para o Pix

O Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central do Brasil, se tornou alvo de uma investigação iniciada pelo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) alega que o Brasil adota práticas comerciais desleais, citando o Pix como um exemplo de favorecimento a soluções de pagamento locais em detrimento de opções americanas, como Google Pay e Apple Pay.

A investigação, anunciada na última quarta-feira, 9 de outubro, pode resultar em uma sobretaxa de 50% sobre as exportações brasileiras. O USTR argumenta que o Brasil está engajado em práticas injustas em relação a serviços de pagamento eletrônico, o que prejudica a competitividade das empresas dos EUA. O documento menciona que o modelo brasileiro de pagamento pode aumentar os custos e riscos para as empresas americanas.

Desde seu lançamento em 2020, o Pix se consolidou como o método de pagamento mais utilizado no Brasil, com mais de 76% da população utilizando a ferramenta, superando cartões de débito e dinheiro físico. Em 2024, o sistema movimentou R$ 26,4 trilhões, refletindo seu crescimento e popularidade.

Reação do Governo Brasileiro

O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, reagiu à investigação com ironia, afirmando que o Pix é nosso, my friend. O governo defendeu o sistema como "Seguro, Sigiloso e Sem taxas", ressaltando a soberania nacional e questionando a intromissão dos EUA nas práticas comerciais do Brasil. A resposta oficial está sendo elaborada, com o objetivo de mitigar a insegurança entre os usuários do Pix.

Além do Pix, a investigação do USTR critica tarifas brasileiras no comércio internacional, a presença de pirataria, e a dificuldade de acesso ao mercado de etanol. O relatório menciona a Rua 25 de Março, em São Paulo, como um exemplo de pirataria, e destaca a necessidade de práticas anti-corrupção no Brasil.

Implicações Comerciais

A situação reflete um aumento nas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, com o governo brasileiro buscando negociar e contestar as alegações. A investigação pode trazer novos desafios para o Brasil, especialmente em um momento em que o país busca expandir seu sistema de pagamentos digitais. A pressão dos EUA pode levar a uma reconsideração de aspectos do Pix, impactando o comércio eletrônico e as operações de empresas americanas no Brasil.