Inflação em alta pode afetar a política tarifária do governo Trump, alerta jornal

A inflação nos Estados Unidos registrou um aumento de 2,7% em junho, o maior crescimento desde fevereiro, gerando preocupações no governo Trump. As tarifas impostas pelo presidente em abril sobre importações estão refletindo nos preços de produtos, como eletrodomésticos, que subiram 1,9%, e móveis, que tiveram alta de 1%.

Analistas alertam que, se as tarifas forem totalmente implementadas, a inflação pode ultrapassar 4%. O Bureau of Labor Statistics divulgou dados que indicam uma tendência de alta nos preços, o que pode complicar a agenda econômica da Casa Branca. Padhraic Garvey, do ING, destacou que a situação não é favorável para Trump, que tenta minimizar os impactos.

O presidente, que já havia ameaçado novas tarifas a partir de 1º de agosto, enfrenta crescente desconforto político. O Brasil, por exemplo, pode sofrer com tarifas de 50%, enquanto Canadá, União Europeia e México enfrentam aumentos de até 35%. Gregory Daco, economista-chefe da EY-Parthenon, advertiu que a tarifa média pode chegar a 21%, o que representa um risco significativo para a economia.

Reações do Governo

Trump tem atribuído a alta de preços ao Federal Reserve (Fed), pressionando o banco central a reduzir os juros. Em declarações à imprensa, afirmou que os números da inflação estão dentro da margem e que o país está "ganhando uma fortuna". No entanto, dados mostram que consumidores e empresas já sentem os efeitos das tarifas.

Stephen Moore, ex-assessor econômico de Trump, expressou preocupação com a possibilidade de a inflação atingir 3% ou 4%, o que poderia levar a uma percepção de fracasso nas políticas do governo. Alan Detmeister, ex-economista do Fed, prevê que a inflação pode chegar a 3,4% sem novas tarifas, mas pode ultrapassar 4% se as medidas de Trump forem implementadas.