Gervasio Sánchez revela 40 anos de conflitos e critica a indústria da guerra

Exposição "Memoria e Realidad"

O fotógrafo Gervasio Sánchez apresenta sua nova exposição, "Memoria e realidad", no Centro de Arte Alcobendas, na Comunidade de Madrid. A mostra, que ficará em cartaz até 7 de setembro, reúne imagens de mais de duas dezenas de conflitos que o artista documentou ao longo de sua carreira de quatro décadas.

As fotografias retratam as consequências da guerra, como vítimas de minas antipessoal e mulheres afetadas pela violência de gênero. Sánchez destaca que, apesar de trabalhar com temas sombrios, seu foco é a luta pela vida em meio ao horror. Ele critica a perpetuação dos conflitos, afirmando que a guerra se tornou um grande negócio e que a fotografia é uma ferramenta de ativismo e denúncia.

Temas Abordados

A exposição inclui projetos sobre violência contra mulheres e desaparecidos, refletindo a realidade de diversas regiões afetadas por conflitos. Um dos projetos mais impactantes é "Vidas minadas", que documenta as histórias de pessoas que sofreram com minas terrestres. Entre os retratos, destaca-se o de Mónica Paola Ardila, uma menina colombiana que ficou cega após um acidente com uma mina.

Sánchez também aborda a situação das mulheres no Afeganistão, mostrando como a proteção internacional melhorou suas condições entre 2009 e 2014, mas ressaltando o retrocesso após a volta dos talibãs ao poder em 2021. As imagens de jovens boxeadoras, como Fauzia e Shabnam, simbolizam a luta por liberdade e direitos.

Reconhecimento e Impacto

A exposição é resultado do Prêmio Internacional de Fotografia Cidade de Alcobendas, concedido a Sánchez no ano passado. O fotógrafo já recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o Prêmio Nacional de Fotografia em 2009. Ele é autor de mais de vinte livros que documentam sua experiência em zonas de conflito.

Gervasio Sánchez continua a questionar o impacto do trabalho dos fotoperiodistas em um mundo onde as atrocidades muitas vezes não geram protestos suficientes. Sua obra busca não apenas documentar, mas também conscientizar sobre as injustiças e violações de direitos humanos que persistem globalmente.