PSOL solicita impeachment de Tarcísio na Alesp por violação da soberania nacional

A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolou, nesta segunda-feira, 21, um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A denúncia alega que o governador cometeu crimes de responsabilidade ao apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e tentar intervir no Supremo Tribunal Federal (STF) para facilitar sua fuga, em meio a tarifas elevadas sobre produtos brasileiros.

O documento, assinado por deputados como Carlos Giannazi e Mônica Seixas, afirma que Tarcísio violou o dever de lealdade institucional ao se alinhar a interesses estrangeiros durante uma crise diplomática. A ação ocorre após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, a partir de agosto de 2025, uma medida que o ex-presidente Donald Trump justificou como solidariedade a Bolsonaro.

Cortez, um dos signatários, criticou a postura do governador, afirmando que ele se comporta como um agente de um projeto autoritário que busca enfraquecer a soberania brasileira. O pedido de impeachment menciona o apoio de Tarcísio a Trump, incluindo um vídeo em que aparece usando um boné da campanha do ex-presidente americano.

Acusações e Reações

A denúncia também destaca a tentativa de Tarcísio de intervir no STF para liberar o passaporte de Bolsonaro, apreendido pela Polícia Federal em fevereiro. Para o PSOL, essa atitude representa uma obstrução da Justiça e favorecimento a um investigado que poderia fugir do país.

Na última sexta-feira, 18, Tarcísio defendeu Bolsonaro em suas redes sociais, afirmando que o ex-presidente foi humilhado e que ele sempre esteve ao seu lado. O governador criticou o STF por suas medidas cautelares contra Bolsonaro, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de contato.

Recentemente, Tarcísio também responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela taxação, sem criticar o STF. O governador descreveu as tarifas como "deletérias" e afirmou que o esforço para reverter a medida cabe ao governo federal. O GLOBO tentou contato com Tarcísio para comentar o pedido de impeachment, mas ainda não obteve resposta.