Eduardo Bolsonaro critica Tarcísio por diálogo com empresários e fala em 'subserviência'

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua participação em negociações com empresários sobre as tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos. A crítica ocorreu nesta terça-feira, 15, e reflete o crescente distanciamento entre os dois políticos, especialmente em um momento de tensão política.

Eduardo acusou Tarcísio de agir com “subserviência servil às elites”, sugerindo que o governador deveria focar no “fim do regime de exceção” relacionado às condenações do 8 de Janeiro. O deputado afirmou que, se Tarcísio estivesse realmente preocupado com a indústria nacional, estaria defendendo os interesses do Brasil em vez de dialogar com o setor privado.

Mudança de Postura

Inicialmente, Tarcísio havia criticado o governo federal, responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo endurecimento das tarifas americanas. O governador mencionou que a “insegurança jurídica” e a “agenda ideológica” do governo estavam afastando investidores. Contudo, com a escalada da crise, ele mudou sua abordagem, promovendo reuniões com empresários para buscar soluções para os impactos das tarifas.

O novo ataque de Eduardo surge após o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar que o governo federal liderará uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio para discutir as sanções americanas. Tarcísio, por sua vez, tem se reunido com empresários e autoridades para encontrar alternativas para a situação.

Consequências Políticas

A troca de farpas entre Eduardo e Tarcísio intensifica a disputa interna no campo bolsonarista, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Eduardo, que se licenciou da Câmara em março para atuar nos Estados Unidos, tem feito lobby contra as tarifas e defende a anistia aos condenados pelos atos de 2023 como solução para o impasse.

O estado de São Paulo, que é o maior exportador para os EUA, enfrenta desafios econômicos significativos devido às tarifas. Tarcísio, ao buscar diálogo, tenta proteger a indústria paulista e os trabalhadores, enquanto Eduardo continua a criticar sua postura, acirrando ainda mais a disputa política entre eles.