Lula afirma soberania do Brasil e anuncia imposto sobre empresas digitais dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as tarifas de até 50% impostas por Donald Trump a produtos brasileiros durante o 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (Conune), realizado em Goiânia. Lula classificou a medida como uma afronta à soberania nacional e anunciou a intenção de taxar empresas digitais americanas como resposta.

Em seu discurso, Lula destacou que o Brasil possui 201 anos de relações diplomáticas com os Estados Unidos e um déficit comercial de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Ele afirmou que não aceitará interferências nos assuntos internos do país, referindo-se a Trump como “gringo”. O presidente enfatizou que o povo brasileiro é soberano e que o Brasil não se submeterá a ordens externas.

Críticas a Bolsonaro e a Pandemia

Lula também responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela condução da pandemia de Covid-19, afirmando que ele deve ser processado pelas mortes causadas por sua irresponsabilidade. O presidente criticou Bolsonaro por buscar apoio dos Estados Unidos, chamando-o de “patriota falso” e sugerindo que ele transfira seu título para votar nos EUA.

O evento, que reuniu cerca de três mil pessoas, contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, que defendeu a justiça tributária e a soberania nacional. Santana afirmou que é injustificável a chantagem feita por Trump e que os ricos devem pagar mais impostos para garantir mais recursos para a educação.

Conflito no Evento

A visita de Lula a Goiás, estado governado por Ronaldo Caiado (União Brasil), aliado da direita, ocorreu em um ambiente politicamente adverso. Durante o evento, houve um princípio de confusão entre estudantes e um apoiador de Bolsonaro, que foi contido pela polícia. Lula reafirmou seu compromisso com a soberania do Brasil e a luta contra a injustiça tributária.