Centrão se esquiva de apoiar mudança que poderia salvar mandato de Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta a possibilidade de perder seu mandato devido a faltas nas sessões da Câmara enquanto reside nos Estados Unidos. Licenciado, seu afastamento termina no próximo domingo, e se não retornar ao Brasil, poderá ser cassado por não comparecer a mais de um terço das sessões do ano.

Parlamentares do PL tentam encontrar soluções para evitar a cassação de Eduardo, mas enfrentam resistência do Centrão. Entre as alternativas discutidas estão mudanças no regimento da Câmara, permitindo o exercício do mandato remotamente, e a apresentação de um atestado médico para justificar as ausências. O deputado Evair de Mello (PP-ES) e o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), já apresentaram propostas nesse sentido.

Líderes do Centrão expressam ceticismo quanto à viabilidade dessas mudanças, afirmando que não há garantias de apoio. A decisão sobre a cassação é da Mesa Diretora da Câmara, que nem sempre age automaticamente. A situação de Eduardo é complicada, pois mesmo que perca o mandato, isso não o tornaria inelegível para futuras candidaturas.

Eduardo também se vê em meio a tensões políticas, especialmente após criticar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suas tentativas de mediar uma crise econômica. O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), afirmou que Eduardo "está totalmente errado" e que Jair Bolsonaro deve apoiar Tarcísio. Apesar das discordâncias, Eduardo tentou amenizar a situação, afirmando ter conversado com o governador e que ambos atuam em prol dos interesses dos brasileiros.