16 de jul 2025
Redução de ônibus no Rio começa nesta quarta-feira com frota diminuída durante o dia
Prefeitura de Campo Grande reduz em 20,1% as viagens de ônibus, aumentando os tempos de espera e gerando insatisfação entre os usuários.

Viagens serão reduzidas em 20%, e empresas terão subsídio menor — Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
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A partir de hoje, a prefeitura de Campo Grande implementa uma redução de 20,1% no número de viagens de ônibus, afetando diretamente os usuários do transporte público. A medida, que visa cortar gastos, resultará em 25.952 para 20.730 viagens diárias na cidade, segundo dados da ONG Fórum de Mobilidade Urbana.
A biomédica Yasmin Fonseca, de 24 anos, é uma das afetadas. Ela gasta três horas diárias para chegar ao trabalho e já enfrenta longos tempos de espera. Com a nova redução, a linha que utiliza passará de 172 para 125 viagens por dia, uma queda de 27%. Yasmin relata que os ônibus estão em péssimo estado, com ar-condicionado quebrado e bancos soltos.
A secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, justifica a mudança afirmando que muitos ônibus circulavam com poucos passageiros fora do horário de pico. A revisão foi baseada em dados do sistema de bilhetagem eletrônica Jaé, que será o único aceito a partir de agosto. Celidonio admite que os usuários enfrentarão maiores tempos de espera, mas acredita que a medida é necessária para otimizar o serviço.
Impacto nas Linhas
A redução afetará principalmente as linhas com menor demanda entre 9h e 15h. No entanto, a prefeitura garante que as operações noturnas não sofrerão alterações. O porta-voz do Sindicato das Empresas de Ônibus, Paulo Valente, afirmou que os consórcios foram orientados a aumentar o número de viagens, mesmo com a demanda estável.
A garçonete Graziele Ramos, usuária da linha 371, expressou preocupação com a mudança. Ela já espera 40 minutos pelo ônibus à tarde e teme que a situação piore. O subsecretário municipal de Transportes, Guilherme Braga Alves, afirmou que ajustes poderão ser feitos conforme a demanda, garantindo que ainda haverá 15% a mais de viagens do que o necessário.
Críticas e Reações
O coordenador do Fórum de Mobilidade Urbana, Licínio Machado Rogério, criticou a falta de consulta ao Conselho Municipal de Transportes sobre as mudanças. Ele destacou que a redução atinge até linhas que atendem passageiros do metrô, sugerindo que ajustes deveriam ser feitos após uma integração adequada dos horários.
A prefeitura também mantém subsídios que garantem a tarifa de R$ 4,70, evitando que o valor chegue a R$ 6,50. Em 2024, os consórcios receberam R$ 1,2 bilhão pelos trajetos percorridos, enquanto os dados de 2025 mostram R$ 359 milhões até maio. A situação do transporte público em Campo Grande continua a gerar insatisfação entre os usuários, que agora enfrentam um cenário ainda mais desafiador.
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