Reuniões mensais elevam salários de secretários de SP em até R$ 19,6 mil

Secretários estaduais de São Paulo, sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas, estão elevando seus salários com jetons, chegando a rendimentos mensais de quase R$ 70 mil. Esses bônus, que podem adicionar até R$ 20 mil aos vencimentos, são pagos para que os secretários atuem como conselheiros em entidades públicas.

Atualmente, o salário base de um secretário é de R$ 32.671,36, mas alguns, como Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos) e Arthur Lima (Casa Civil), recebem adicionais significativos por participações em conselhos. Ao todo, 11 dos 25 secretários recebem esses jetons, que não são considerados parte da remuneração oficial, permitindo que seus salários ultrapassem o teto do funcionalismo estadual.

Acúmulo de Vencimentos

O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, exemplifica essa prática, com uma renda mensal bruta de R$ 69,1 mil. Ele acumula R$ 46,3 mil como deputado federal licenciado, além de aposentadoria e jetons de conselhos. O Controlador-Geral do Estado, Wagner Rosário, também se destaca, recebendo quase R$ 58 mil mensais.

Esses pagamentos extras têm gerado críticas, especialmente considerando que o salário do governador é de R$ 36.301,53. A prática dos jetons permite que secretários recebam valores superiores ao do próprio governador, o que levanta questões sobre a transparência e a ética na administração pública.

Funções e Indicações

Os secretários são frequentemente indicados para conselhos sem relação com suas áreas de atuação. Por exemplo, Derrite é conselheiro do Metrô e da Cetesb, enquanto Laís Vita, secretária de Comunicação, ocupa um cargo nas Docas de São Sebastião. Essas nomeações têm gerado questionamentos sobre a adequação e a necessidade de tais funções.

O governo do Estado foi contatado para comentar sobre a situação, mas até o momento não houve resposta. A situação dos jetons e os altos salários dos secretários continuam a ser um tema de debate na sociedade paulista.