PF desbloqueia celular do ‘Italianinho’ em investigação sobre fraudes do INSS

A Polícia Federal (PF) avançou na investigação sobre um esquema de descontos ilegais nos contracheques de aposentados do INSS, após o desbloqueio do telefone do ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. O aparelho, apreendido durante a operação, é considerado crucial para elucidar o desvio de R$ 6,3 bilhões.

Os dados encontrados na nuvem de Stefanutto, que usava o nome de usuário “Italianinho”, estão sob análise. A PF investiga a extensão do envolvimento de Stefanutto e a participação de parlamentares no esquema. Informações preliminares indicam que o ex-presidente autorizou descontos ilegais, ignorando recomendações de técnicos do INSS.

Detalhes da Operação

A PF também está analisando o celular de Virgílio Oliveira, procurador-geral do INSS, afastado por ter autorizado os descontos. Oliveira teria recebido um carro de luxo de integrantes da quadrilha. Cadernos encontrados no escritório de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, contêm registros de pagamentos de propina e anotações que podem revelar mais sobre a rede de corrupção.

Os cadernos incluem referências a pagamentos a Stefanutto e Oliveira, além de nomes de empresas e datas de encontros. A PF estima que o “Careca do INSS” movimentou R$ 53,5 milhões provenientes de entidades sindicais e empresas ligadas ao esquema.

Implicações da Investigação

A operação, denominada Sem Desconto, revelou que ex-diretores do INSS e intermediários receberam mais de R$ 17 milhões em transferências. A PF acredita que a quadrilha tenha desviado recursos de pelo menos 4 milhões de aposentados desde 2019. O próximo passo da investigação é desbloquear o celular de Virgílio, que foi flagrado em situações suspeitas, incluindo viagens com um lobista investigado.