19 de mai 2025
Governo Bolsonaro mapeou locais de votação em Lula para enviar à PRF
Ex analista do Ministério da Justiça revela ordens para analisar dados eleitorais da PRF, levantando suspeitas de uso político na eleição de 2022.
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BRASÍLIA – O ex-analista de inteligência do Ministério da Justiça, Clebson Ferreira de Paula Vieira, revelou em depoimento que recebeu ordens para analisar dados eleitorais e a distribuição da Polícia Rodoviária Federal (PRF) antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. As operações da PRF, que ocorreram em redutos eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva, levantaram suspeitas sobre o uso político da corporação.
Em seu depoimento, Vieira afirmou que as solicitações vieram da então secretária de Segurança Pública, Marília Ferreira de Alencar. Ele mencionou duas demandas específicas: uma análise da concentração de votos acima de 75% para Lula e Bolsonaro, e um painel sobre a distribuição da PRF para possíveis decisões. Vieira expressou preocupação com o direcionamento dos pedidos, que pareciam ter fins eleitorais.
Análises e Correlações
Uma das análises encomendadas envolveu a correlação entre os votos em Lula e áreas dominadas pelo Comando Vermelho, após o petista realizar uma agenda de campanha no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. O resultado dessa análise foi inconclusivo, mas levantou questionamentos sobre a intenção por trás das solicitações.
Um relatório do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) indicou que as blitze da PRF durante o segundo turno podem ter atrasado a chegada de eleitores aos locais de votação. As operações, sob a direção de Silvinei Vasques, concentraram-se no Nordeste, onde Lula teve maior apoio.
Operações da PRF
Durante o segundo turno, a PRF realizou 560 operações no Nordeste, fiscalizando mais de 2.185 ônibus entre 28 e 30 de outubro de 2022. Esses números superam significativamente as operações em outras regiões do país. A defesa de Vasques argumentou que as ações da PRF seguiram trâmites normais, baseadas em demandas locais.
O caso está sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que iniciou a oitiva de testemunhas nesta segunda-feira, 19. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, conduz as audiências, que podem ter implicações significativas para a investigação sobre a interferência da PRF nas eleições.
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