Brics busca espaço no cenário global após descaso dos EUA com Trump

Os líderes do BRICS se reúnem no Rio de Janeiro neste fim de semana para discutir a crescente tensão comercial com os Estados Unidos. A cúpula, organizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa condenar as tarifas protecionistas impostas pelo governo Trump. Uma declaração conjunta deve ser assinada, criticando as “medidas protecionistas unilaterais injustificadas e indiscriminadas”.

Desde sua criação em 2009, o BRICS enfrenta desafios para encontrar um propósito comum. As tarifas de Trump podem ter galvanizado o grupo, que busca fortalecer parcerias comerciais em meio a um cenário global conturbado. O embaixador da África do Sul, Xolisa Mabhongo, afirmou que “essas tarifas não são produtivas” e prejudicam a economia mundial.

Embora a cúpula represente uma oportunidade para o BRICS se afirmar como defensor do livre comércio e do multilateralismo, a ausência de líderes como o presidente chinês Xi Jinping e a participação de Vladimir Putin por videoconferência indicam a fragilidade do bloco. A expansão recente do BRICS, que agora inclui países como Egito e Irã, traz tanto oportunidades quanto desafios para a coesão interna.

A pressão de Trump para tarifas elevadas também impulsionou o desenvolvimento de sistemas de pagamento locais entre os membros do BRICS. Apesar das divergências internas, o comércio entre os países do bloco cresceu 40% entre 2021 e 2024, alcançando US$ 740 bilhões anuais, segundo dados do FMI. O governo brasileiro acredita que a cúpula pode resultar em avanços significativos nas alternativas comerciais coletivas.