EUA impõem sanções a relator especial da ONU por suas posições controversas

Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos, foi sancionada pelos Estados Unidos devido ao seu trabalho investigativo sobre abusos de direitos humanos em Gaza. As sanções foram anunciadas na quarta-feira, 25 de outubro, pelo secretário de Estado Marco Rubio, que a acusou de antisemitismo e de apoiar o terrorismo.

Albanese, que ocupa o cargo desde maio de 2022, afirmou que as sanções têm o objetivo de minar sua missão. Em uma coletiva de imprensa na Eslovênia, ela declarou que continuará a expor abusos de direitos humanos, questionando as razões por trás das sanções: "Por ter exposto um genocídio? Por ter denunciado o sistema? Eles nunca contestaram os fatos."

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, pediu a reversão imediata das sanções, enfatizando que, mesmo em desacordos, os Estados membros da ONU devem dialogar de forma construtiva. Albanese, uma advogada italiana, tem se destacado por suas críticas ao que considera um genocídio israelense contra os palestinos, especialmente em meio ao atual conflito com o Hamas.

Recentemente, ela mencionou que grandes empresas dos EUA estão contribuindo para a continuidade da violência em Gaza, afirmando que "o genocídio de Israel continua porque é lucrativo para muitos". A relatora também tem apoiado mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional contra autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por alegações de crimes de guerra.

Albanese, que já trabalhou com a ONU em diversas funções, reafirmou que as críticas não a farão desistir de sua missão. Ela destacou que, embora condene as ações do Hamas, isso não justifica as ações de Israel. A relatora é uma das 14 especialistas designados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para monitorar a situação em diferentes países e territórios.