06 de jul 2025
Bairros xiitas em Damasco celebram Ashoura em silêncio após queda de Assad
Peregrinações na Ashoura em Sayyida Zeinab caem drasticamente em 2023, refletindo insegurança e impacto econômico na comunidade xiita.
Uma mulher síria passa por um homem da segurança do governo sírio, do lado de fora do santuário de al-Sayydah Zeinab, neta do Profeta Mohammed, onde fiéis xiitas participam do ritual de Ashoura, ao sul de Damasco, Síria, quinta-feira, 3 de julho de 2025. (Foto: AP Photo/Omar Sanadiki)
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Peregrinações reduzidas na Ashoura em Sayyida Zeinab
Em 2023, a celebração da Ashoura no santuário de Sayyida Zeinab, em Damasco, foi marcada pela ausência de peregrinos e medidas de segurança rigorosas. O evento, que tradicionalmente atrai milhares de xiitas para homenagear o neto do Profeta Muhammad, Imam Hussein, enfrentou um cenário de incerteza após a queda do ex-presidente Bashar Assad.
Historicamente, o santuário é um ponto focal para os xiitas, especialmente durante a Ashoura, quando as ruas se enchem de bandeiras de luto e os fiéis realizam procissões. No entanto, neste ano, os hotéis que costumavam estar lotados estavam vazios, refletindo a diminuição do turismo religioso. A segurança foi intensificada após um ataque suicida em uma igreja nas proximidades, que deixou 25 mortos.
A comunidade xiita, já em situação delicada, expressou preocupações com a segurança. Qassem Soleiman, responsável pela coordenação entre os líderes xiitas e o novo governo, afirmou que as cerimônias foram mantidas, mas com restrições. "Cortamos certas atividades externas para evitar problemas", disse. A sensação de insegurança é palpável, com muitos temendo novos ataques.
A economia local também foi afetada pela falta de visitantes. Um proprietário de hotel na região lamentou a ausência de turistas, especialmente do Iraque, que costumavam lotar os estabelecimentos durante a Ashoura. "Este ano, não houve visitantes", afirmou. A situação econômica já era complicada antes da queda de Assad, com conflitos regionais impactando o fluxo de peregrinos.
Apesar das dificuldades, alguns moradores se mostram otimistas. Abu Omar, um guarda local, acredita que a segurança na área se manteve estável desde a mudança de governo. "As pessoas ainda vêm aqui e se sentem seguras", afirmou. Soleiman expressou esperança de que, no próximo ano, os peregrinos retornem e a celebração da Ashoura possa ser realizada como antes, promovendo a unidade entre as diferentes comunidades.
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