31 de mai 2025
Cinema brasileiro busca estratégias para consolidar presença no mercado internacional
Filmes brasileiros brilham em Veneza, Berlim e Cannes, sinalizando um renascimento da indústria audiovisual nacional. Desafios estruturais ainda persistem.
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Num feito inédito, filmes brasileiros conquistaram prêmios nos três principais festivais de cinema do mundo. “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, levou o prêmio de melhor roteiro em Veneza; “O último azul”, de Gabriel Mascaro, ganhou o Urso de Prata em Berlim; e “O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho, foi premiado em Cannes, com destaque para a direção e atuação de Wagner Moura.
Essas vitórias refletem um renascimento na indústria audiovisual brasileira, que já havia sido marcada por sucessos como “Cidade de Deus” e “Central do Brasil”. O momento atual é considerado um ciclo de bonança, com o Globo de Ouro de Fernanda Torres e o Oscar de melhor filme internacional para Salles, reforçando a boa fase do cinema nacional.
O produtor Fabiano Gullane destaca que essas conquistas são resultado de um longo processo de desenvolvimento da indústria. Ele afirma que a diversidade temática dos filmes, como o drama político de “Ainda estou aqui” e a ficção científica de “O último azul”, mostra que o mercado internacional está cada vez mais interessado em histórias brasileiras variadas.
Desafios e Oportunidades
Apesar do sucesso, a indústria ainda enfrenta desafios estruturais. Rodrigo Saturnino Braga, ex-diretor da Sony Pictures Brasil, ressalta que a dependência do Fundo Setorial do Audiovisual pode limitar a agilidade na produção. Ele observa que, embora a produção nacional tenha crescido, a falta de uma política pública sólida pode comprometer a continuidade desse crescimento.
A repercussão positiva de “Ainda estou aqui” gerou interesse internacional, com produtores buscando histórias brasileiras autênticas. Ilda Santiago, do Festival do Rio, afirma que a abertura para diferentes narrativas é um sinal de que a indústria está mais madura e pronta para competir globalmente.
A combinação de prêmios e bilheteiras expressivas, como os 5,7 milhões de espectadores de “Ainda estou aqui”, indica que o cinema brasileiro está em uma trajetória ascendente. No entanto, a necessidade de um financiamento mais estável e previsível é essencial para garantir a qualidade e a continuidade das produções.
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