Thais de Campos deixa a TV Globo no auge da carreira em 'A Viagem'

Thais de Campos, atriz famosa por seu papel em A Viagem (1994), vive em Portugal há 25 anos, onde fundou a primeira escola de televisão do país. Em entrevista, ela analisa a baixa audiência das novelas atuais e critica a inclusão de influenciadores nas produções.

A atriz, que também atuou em novelas como Fina Estampa (2011) e Boogie Oogie (2014), destaca que a paciência do público diminuiu. "Ver 200 capítulos é complicado", afirma, referindo-se ao impacto do streaming. Thais acredita que a televisão deixou de ser um momento familiar, onde as pessoas se reuniam para assistir juntas.

Para ela, a solução para a crise das novelas está na adaptação. "É preciso fazer dramaturgia para telefone, em formatos mais rápidos", sugere. Thais critica a tentativa de trazer influenciadores para as novelas, considerando um erro. "Dramaturgia é coisa séria", enfatiza, ressaltando a diferença entre arte e redes sociais.

Reflexões sobre o passado

Thais relembra o sucesso de A Viagem, que já foi reprisada sete vezes. O ibope da estreia superou até mesmo a novela das nove. "Foi uma junção de acertos", explica. A atriz também reflete sobre a influência da arte na sociedade, mencionando que a espiritualidade abordada na novela trouxe conforto ao público.

Ela questiona a falta de investimento em novelas espíritas pela Globo, sugerindo que isso pode ser um medo da emissora em relação ao público evangélico. Thais também se posiciona sobre o machismo na TV, afirmando que é necessário falar sobre o assunto, mas com cuidado.

Experiências de assédio

Thais revela que já sofreu assédio na TV, mas não em forma de troca sexual. "Era a sedução do diretor com a menina mais nova", conta. Ela defende que não deve haver negociação do talento através do corpo e que é essencial ter um posicionamento firme.

A atriz se recusa a se envolver em política, apesar de já ter recebido convites. "É um esquema tão podre, já tão corrompido", critica. Thais de Campos continua a influenciar a nova geração de artistas, tanto como atriz quanto como professora.