MPRJ acusa comandante Ivan Blaz de invasão de domicílio no Flamengo

O tenente-coronel da Polícia Militar Ivan Souza Blaz foi denunciado por constrangimento ilegal e invasão de domicílio pelo Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). O incidente ocorreu em janeiro, em um prédio na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, onde Blaz coordenou uma operação sem mandado judicial.

A denúncia aponta que Blaz, então comandante do 2º BPM (Botafogo), recebeu uma denúncia anônima sobre o narcotraficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, e decidiu agir. Mesmo sem indícios concretos de crime, ele autorizou a entrada forçada de policiais no imóvel. Tentou inicialmente entrar disfarçado de casal, mas foi barrado pelo porteiro.

Persistente, Blaz aguardou uma oportunidade e forçou a entrada junto com os policiais. Uma vez dentro do prédio, sacou sua arma e constrangeu o porteiro, obrigando-o a deitar-se no chão e a acompanhá-lo em diligências. Além disso, dois moradores foram forçados a entregar seus celulares e permanecer sob vigilância.

Medidas Judiciais

A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros decidiu suspender o porte de armas de Blaz e proibiu sua saída do Rio de Janeiro sem autorização judicial. A medida foi tomada após a aceitação da denúncia, que considera haver indícios suficientes para a ação penal.

Blaz deverá comparecer trimestralmente à Justiça para justificar suas atividades e não poderá manter contato com vítimas ou testemunhas do caso. A Polícia Militar ainda não se manifestou sobre a decisão da Justiça, e Blaz afirmou que não foi intimado e desconhece o teor da denúncia. O processo tramita na Auditoria da Justiça Militar.