Finlândia abandona tratado de minas terrestres em resposta à ameaça russa

O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, anunciou nesta sexta-feira a retirada do país da Convenção de Ottawa, que proíbe minas terrestres antipessoais. A decisão foi motivada pela necessidade de reforçar as defesas diante da crescente ameaça russa. Em votação recente, os parlamentares finlandeses já haviam manifestado apoio à saída do tratado, ao qual a Finlândia aderiu em 2012.

Stubb destacou que, embora a Finlândia não enfrente uma ameaça militar imediata, as mudanças no ambiente de segurança exigem uma adaptação nas estratégias de defesa. O presidente ressaltou a longa fronteira de 1.340 quilômetros com a Rússia, que não é signatária do acordo. Ele afirmou que a Finlândia não usará minas em tempos de paz, mas a flexibilidade nas operações é crucial.

Retirada em Cadeia

A decisão da Finlândia se alinha com os planos de outros países da região, como Estônia, Lituânia, Letônia e Polônia, que também pretendem se retirar da convenção. Os ministros da Defesa desses países afirmaram que a situação de segurança se deteriorou significativamente desde a assinatura do tratado, tornando essencial garantir a liberdade de ação para suas tropas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou a intenção de retirada dos países, pedindo que cessem imediatamente essas iniciativas. Guterres planeja lançar uma campanha global para defender normas de desarmamento humanitário e promover os direitos humanos, além de buscar um mundo sem minas.

Implicações da Decisão

A retirada da Finlândia da Convenção de Ottawa entrará em vigor seis meses após a notificação oficial às Nações Unidas. O Tratado de Ottawa, que entrou em vigor em 1997, visa proibir o uso de minas antipessoais em todo o mundo e conta com a adesão de mais de 160 países. No entanto, potências militares como China, Índia, Rússia, Paquistão e Estados Unidos nunca assinaram o tratado. Apesar da saída, os países envolvidos reafirmaram seu compromisso com as leis humanitárias internacionais, especialmente na proteção de civis durante conflitos armados.