Dilma Rousseff critica tarifas como instrumentos de controle político no Brics

Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), enfatizou a importância da união entre os países do Sul Global para enfrentar desafios geopolíticos durante o 10º encontro anual do banco, realizado no Rio de Janeiro. A ex-presidente do Brasil destacou que tarifas e sanções estão sendo utilizadas como "ferramentas de subordinação política", exigindo uma resposta colaborativa dos países emergentes.

No evento, Dilma afirmou que o NDB não busca substituir instituições existentes, mas sim demonstrar que existem diversas formas de promover o desenvolvimento. Ela ressaltou que as mudanças nas cadeias produtivas globais, impulsionadas por pressões geopolíticas, demandam maior cooperação entre as nações. A presidente do NDB observou que o sistema financeiro internacional é assimétrico, colocando fardos desproporcionais sobre os países com menos recursos.

A estrutura de governança do NDB, baseada na igualdade entre os membros, reflete a crença de que os países do Sul Global têm o direito de definir seus próprios caminhos de desenvolvimento. Dilma destacou que a instituição deve ampliar investimentos em infraestrutura verde e tecnologias para o clima, além de promover a revolução digital para aumentar a produtividade e o acesso a serviços essenciais.

Outro ponto abordado foi a necessidade de fortalecer o financiamento em moeda local, com o objetivo de reduzir a exposição à volatilidade externa e aprofundar os mercados de capitais domésticos. O tema do encontro deste ano, "Impulsionando o Desenvolvimento, promovendo inovação, cooperação e impacto por meio de um banco multilateral de desenvolvimento para o Sul Global", reflete a visão de um futuro mais colaborativo e sustentável. O evento contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros das Finanças dos países membros.