04 de jul 2025
Ambientalistas solicitam 7 bilhões de dólares anuais para proteger a Amazônia
ONGs e líderes ambientais pedem ao Brasil um pacto internacional de US$ 7 bilhões anuais para proteger a Amazônia na COP30. A urgência é clara.

Imagem aérea da floresta amazônica (Foto: Mauro Pimentel/AFP)
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Nesta sexta-feira (4), ONGs e líderes ambientais apresentaram uma carta ao governo brasileiro solicitando um pacto internacional que assegure US$ 7 bilhões anuais para a proteção da Amazônia. O financiamento climático será um dos principais tópicos da COP30, marcada para novembro em Belém (PA). O documento, intitulado "Ampliando o Grande Financiamento para Soluções Baseadas na Natureza para Proteger a Amazônia: Um Roteiro de Ação", foi entregue à presidência da COP30, representada pela diretora executiva Ana Toni.
Os signatários incluem o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e a rede Uma Concertação pela Amazônia, entre outros. Eles pedem que o Brasil lidere a mobilização de recursos públicos, privados e filantrópicos para evitar a degradação irreversível da floresta. Além da criação de uma "Declaração Global pela Amazônia", o documento sugere um fundo internacional para captar até US$ 125 bilhões para florestas tropicais até 2030.
Gustavo Souza, diretor sênior da Conservação Internacional, destacou a importância da COP30 para evitar a perda da Amazônia, que é crucial para a regulação do clima. O valor de US$ 7 bilhões foi baseado em um relatório do Banco Mundial, que apontou que, na última década, apenas 5,8 bilhões de dólares foram mobilizados para a Amazônia, com uma fração destinada à mitigação das mudanças climáticas.
A Amazônia, que abriga 13% das espécies conhecidas e 20% da água doce do planeta, é vital para a agricultura e a produção de alimentos. A perda de até 70% da floresta poderia liberar 300 bilhões de toneladas de carbono, comprometendo as metas do Acordo de Paris. Atualmente, mais de 17% da floresta já foi desmatada, e a degradação de mais 5% pode levar a um ponto sem retorno.
A carta também critica o direcionamento do financiamento climático, com 89% dos recursos globais voltados para práticas insustentáveis. Os autores pedem um plano de ação que alinhe os fluxos financeiros a economias sustentáveis na Amazônia, além de um compromisso global para combater economias ilegais e fortalecer a inclusão de comunidades locais. As recomendações incluem a conservação de 331 milhões de hectares e a restauração de 600 mil km². Proteger a Amazônia é, portanto, uma questão econômica e climática de relevância global.
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