Governo do RJ lança app para combater roubo de celulares e gera tensão com Brasília

O governo do Rio de Janeiro lançou, na terça-feira, o aplicativo Celular Seguro RJ, uma ferramenta destinada a combater o roubo e furto de celulares. O lançamento gerou desconforto no Ministério da Justiça, que já havia criado um aplicativo com o mesmo nome em 2023, sob a gestão do presidente Lula.

As críticas ao novo aplicativo fluminense se concentram na sua limitação funcional em comparação ao sistema federal. Enquanto o Celular Seguro do governo federal oferece uma gama de funcionalidades, o aplicativo do Rio se restringe a duas: verificar se um celular possui restrição e auxiliar nas investigações policiais.

Comparação de Funcionalidades

O Celular Seguro federal permite que o usuário bloqueie aplicativos financeiros de 18 instituições, evitando fraudes após o roubo. Além disso, o registro do usuário é simplificado, com busca automática pelo IMEI. O aplicativo também conta com um Modo Recuperação, que facilita a devolução de aparelhos roubados, e um Modo Bloqueio Total, que inutiliza o celular.

Por outro lado, o Celular Seguro RJ só permite a consulta de restrições no IMEI através de boletins de ocorrência do estado. Não oferece bloqueio de aplicativos financeiros, linha telefônica ou IMEI, e não possui funcionalidades que ajudem na recuperação de aparelhos em outros estados.

Implicações e Críticas

A falta de uma base de dados abrangente no aplicativo fluminense limita sua eficácia. Celulares roubados em outros estados não podem ser identificados se forem revendidos no Rio, o que pode aumentar a impunidade. O governo do Rio justifica o lançamento como uma resposta à crescente violência e ao aumento de roubos de celulares, mas a comparação com o aplicativo federal levanta questões sobre a real eficácia da nova ferramenta.

O mal-estar entre os governos estadual e federal reflete a necessidade de uma abordagem mais integrada no combate ao crime, especialmente em um cenário onde a segurança pública é uma prioridade.