Venda de Ozempic e similares agora exige retenção de receita médica a partir de hoje

A partir de 23 de outubro, a compra de medicamentos análogos de GLP-1, como Ozempic e Wegovy, exigirá a retenção de receitas nas farmácias. A nova norma, publicada no Diário Oficial da União, visa monitorar o uso desses medicamentos, especialmente fora das indicações aprovadas.

A prescrição médica deverá ser feita em duas vias, com uma delas retida na farmácia, semelhante ao que ocorre com antibióticos. As drogarias também terão que registrar as transações no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). A Anvisa destaca que a medida busca proteger a saúde da população, já que foram observados eventos adversos significativos relacionados ao uso inadequado desses medicamentos.

No Brasil, os análogos de GLP-1 são aprovados para tratar diabetes tipo 2 e obesidade. No entanto, o uso para emagrecimento em pessoas sem sobrepeso ou doenças associadas não é autorizado. Dados da Anvisa indicam que, entre 2019 e setembro de 2024, foram registradas 524 notificações de eventos adversos relacionados à semaglutida, a substância mais utilizada. Desses, 32,25% foram por uso não descrito em bula e 24% por indicações não aprovadas.

A Anvisa também observou que 98,8% das notificações de mau uso foram classificadas como graves. Em comparação, a Organização Mundial da Saúde recebeu um número muito maior de notificações, mas com percentuais de uso inadequado significativamente menores. O diretor-presidente substituto da Anvisa, Rômison Rodrigues Mota, enfatizou a importância do monitoramento e da prescrição adequada, alertando que o uso desses medicamentos para fins estéticos pode aumentar os riscos à saúde.