Cientistas revelam rosto de irmãs da Idade da Pedra e sua exploração no trabalho

Duas irmãs que viveram há mais de 6 mil anos na região da atual República Tcheca ganharam novas representações faciais por meio de reconstruções hiper-realistas. Os modelos foram apresentados em um estudo publicado na revista Archaeological and Anthropological Sciences. As mulheres foram descobertas em 2008 em uma mina de xisto na Morávia do Sul, enterradas uma sobre a outra, com a irmã mais nova a seis metros de profundidade.

Os esqueletos, bem preservados, não apresentavam sinais de morte violenta. Contudo, o arqueólogo Martin Oliva, coautor do estudo, sugere que elas podem ter sido sacrificadas ou descartadas após não conseguirem mais trabalhar. Entre os achados, estavam um crânio de filhote de cachorro e os ossos de um recém-nascido, que não tinham relação genética com as irmãs, levantando questões sobre o sepultamento conjunto.

As análises revelaram que as irmãs tinham entre 30 e 40 anos, medindo cerca de 1,50 m de altura. Ambas apresentavam sinais de desgaste físico, como fraturas e lesões. A alimentação era rica em proteína animal, possivelmente devido à abundância de caça na região ou à necessidade de sustentar o esforço físico da mineração. Durante a infância, enfrentaram desnutrição e doenças.

Reconstruções Faciais

As reconstruções foram realizadas com base nos crânios originais, utilizando gesso, silicone e próteses oculares. A irmã mais nova tinha cabelos escuros e olhos castanhos ou verdes, enquanto a mais velha provavelmente era loira, de olhos azuis. O vestuário foi recriado com base em vestígios têxteis neolíticos, mostrando a mais velha com uma blusa simples e um xale de fibras vegetais, e a mais nova com uma túnica de linho.

O estudo sugere que as irmãs viveram em um período de transição social, entre 4.340 e 4.050 a.C., quando as primeiras formas de organização hierárquica começaram a surgir na Europa Central. Os pesquisadores destacam que o trabalho mais árduo pode ter sido realizado por aqueles que eram mais facilmente forçados a isso. Apesar das novas informações, a presença do bebê e do cachorro entre os corpos mantém muitos aspectos da comunidade mineradora envoltos em mistério.