Antibióticos: os riscos ocultos que podem afetar sua saúde

Uma pesquisa publicada no Journal of Infectious Diseases revela que o uso excessivo de antibióticos em crianças pode aumentar o risco de asma, alergias alimentares e déficit intelectual. O estudo analisou mais de 700 mil crianças que receberam antibióticos entre o nascimento e os dois anos.

Os resultados são alarmantes: crianças que receberam antibióticos com frequência apresentaram um risco 24% maior de desenvolver asma e 33% maior de alergias alimentares. Para aquelas que passaram por cinco ou mais ciclos de tratamento, o risco aumentou para 52% e 53%, respectivamente. O dado mais preocupante é que o risco de déficit intelectual foi 73% maior nesse grupo.

Esses efeitos podem ser atribuídos à alteração da microbiota intestinal, crucial para a saúde e o desenvolvimento cerebral. É comum que crianças pequenas enfrentem de 8 a 12 infecções febris por ano, a maioria delas virais e autolimitadas. A pressão por decisões rápidas em emergências médicas frequentemente resulta na prescrição de antibióticos, mesmo quando não são necessários.

Resistência Bacteriana

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a resistência a antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde global. O uso inadequado de antibióticos, tanto na medicina quanto na agroindústria, contribui para o surgimento de superbactérias. Essas bactérias podem tornar infecções tratáveis em situações fatais.

Cerca de 70% dos antibióticos produzidos globalmente são utilizados na pecuária industrial, onde os animais vivem em condições precárias. A administração preventiva de antibióticos nesse setor é um fator que favorece a resistência bacteriana.

Práticas Responsáveis

Profissionais de saúde que recomendam esperar antes de iniciar o tratamento com antibióticos estão agindo de forma ética e responsável. Essa abordagem não apenas protege a saúde da criança, mas também a saúde pública. A conscientização sobre o uso criterioso de antibióticos é essencial.

Além disso, reduzir o consumo de carne e optar por fontes de proteína vegetal pode beneficiar a saúde e o meio ambiente. A revisão do modelo de produção da pecuária intensiva é urgente, considerando os impactos na saúde pública e na ética animal.