Brote de sarampião gera alerta máximo nas autoridades de saúde do Canadá

O sarampião, doença considerada erradicada no Canadá desde 1998, está ressurgindo em várias províncias, especialmente em Alberta. Desde março, Alberta registrou 1.314 casos, com 102 hospitalizações e um óbito em Ontário. A queda na taxa de vacinação na província, que agora está abaixo de 50%, é um fator crucial para a propagação da doença.

O surto se espalhou por Saskatchewan, Manitoba, Ontário, Quebec e Novo Brunswick, mas Alberta é o foco principal. Nos Estados Unidos, foram contabilizados 1.288 casos no mesmo período, apesar de sua população ser significativamente maior. A situação em Alberta é alarmante, com autoridades de saúde enfatizando a importância da vacinação para conter a disseminação.

A Agência de Saúde Pública do Canadá recomenda que as pessoas fiquem atentas aos sintomas até 21 dias após uma possível exposição ao vírus. Em resposta ao surto, o famoso festival Stampede, realizado em Calgary, pediu que bebês e grupos vulneráveis evitassem o evento, que atraiu 1,4 milhão de visitantes.

A diminuição nas taxas de vacinação é atribuída ao medo infundado sobre vacinas, amplificado por desinformação nas redes sociais. Craig Jenne, professor de imunologia da Universidade de Calgary, destacou que a imunidade coletiva requer uma taxa de vacinação de pelo menos 95%, mas Alberta está muito aquém desse número.

A situação não é exclusiva do Canadá. Nos Estados Unidos, o sarampião atingiu seu maior pico em 33 anos, com surtos concentrados em Texas e três mortes registradas. A queda na cobertura vacinal, observada em países ricos, tem gerado um ressurgimento de doenças graves, refletindo um desafio global na saúde pública.