14 de jul 2025
Investidores devem olhar para fora dos EUA, aponta análise da Gavekal
Bolsas americanas se recuperam e atingem novas máximas, enquanto a política comercial de Trump provoca mudanças globais e oportunidades na Ásia.

Em meio a recordes nas bolsas americanas, consultoria segue apostando que o grande tema este ano será a diversificação para além dos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Exame)
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As bolsas americanas continuam a mostrar resiliência frente às novas ameaças tarifárias de Donald Trump, alcançando novas máximas. Louis-Vincent Gave, da Gavekal, destaca que a política comercial do presidente está gerando mudanças significativas no cenário econômico global.
Gave observa que a administração atual é mais predatória em relação a aliados e adversários, o que resulta em um dólar estruturalmente mais fraco. Ele sugere que essa situação pode abrir novas oportunidades de investimento fora dos Estados Unidos, especialmente na Ásia. O analista utiliza uma metáfora keynesiana para explicar que, assim como em concursos de beleza, o sucesso no mercado depende de entender quais macrotemas atraem a maioria dos investidores.
Mudanças no Cenário Econômico
O fortalecimento de temas como inteligência artificial e biotecnologia, que dominaram os mercados nos últimos anos, pode estar mudando. Gave menciona que, embora a IA ainda esteja em foco, o lançamento de novos modelos na China pode esfriar essa narrativa. A política comercial de Trump, por sua vez, está provocando mudanças tectônicas nas tendências de mercado.
Além do dólar mais fraco, Gave aponta que a adoção de estímulos fiscais na Europa é uma consequência direta dessa nova abordagem. Ele acredita que os gastos governamentais não se limitarão a armamentos, mas também serão direcionados para modernizar infraestrutura e segurança.
Realinhamentos Diplomáticos
Outro impacto significativo da política de Trump é o realinhamento das relações diplomáticas na Ásia. Gave sugere que a Coreia do Sul e a China podem melhorar suas relações, enquanto os atritos com o Japão podem resultar em um fortalecimento das relações sino-japonesas. A China, por sua vez, pode aumentar seus estímulos fiscais para contrabalançar a ofensiva americana.
O analista também destaca que, entre 2022 e 2025, o mercado acionário americano cresceu de US$ 40 trilhões para US$ 60 trilhões, enquanto a China era vista como um mercado "ininvestível". Nos Estados Unidos, a desregulamentação e cortes de impostos prometidos por Trump são temas que atraem investidores, mas a incerteza política pode ser um obstáculo significativo. Gave conclui que a combinação de um dólar em queda e a crescente incerteza política representa um desafio para muitos investidores.
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