Cisjordânia registra os maiores deslocamentos em massa desde 1967, aponta ONU

A ONU alertou nesta terça-feira sobre o deslocamento forçado de 30 mil palestinos na Cisjordânia desde janeiro de 2023, destacando que a situação atual é a mais grave desde a ocupação israelense iniciada em 1967. O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Thamim al-Khitan, atribui esse aumento à operação Muro de Ferro, que resultou em 964 palestinos mortos desde outubro de 2023.

Al-Khitan afirmou que as forças israelenses têm utilizado munição real contra civis desarmados, incluindo aqueles que tentavam retornar a suas casas. Desde o início do ano, foram emitidas 1,4 mil ordens de demolição de residências em várias cidades e campos de refugiados, o que, segundo ele, viola as obrigações de Israel como potência ocupante. A ONU considera essas demolições uma grave violação da Quarta Convenção de Genebra.

Aumento da Violência

Além dos deslocamentos, a ONU registrou um aumento significativo da violência na região. Em junho, foi contabilizado o maior número mensal de palestinos feridos em mais de duas décadas, com 96 feridos em ataques de colonos israelenses. No primeiro semestre de 2025, ocorreram 757 ataques de colonos, um aumento de 13% em relação ao ano anterior.

Desde os ataques do Hamas em outubro de 2023, a violência se intensificou, resultando na morte de 964 palestinos. Recentemente, um cidadão americano, Sayfollah Musallet, foi morto ao tentar proteger a fazenda de sua família em Ramallah. A família dele criticou a indiferença do governo dos EUA em relação à morte de um de seus cidadãos.

Situação em Gaza

Na Faixa de Gaza, a situação humanitária se agrava. Autoridades locais relataram 93 mortes e mais de 270 feridos em ataques israelenses nesta terça-feira. Um dos ataques mais violentos resultou na morte de 19 membros de uma mesma família. Desde outubro, quase 59 mil palestinos morreram em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde liderado pelo Hamas, considerados confiáveis pela ONU.