Barra da Tijuca se torna palco frequente de atentados a bicheiros

Vinicius Drummond, herdeiro de um dos pontos do jogo do bicho, foi alvo de uma emboscada na Barra da Tijuca, no último dia 11. Seu carro blindado foi atingido, mas ele escapou com leves escoriações. O incidente ocorreu por volta das 11h, na Avenida das Américas.

A Barra da Tijuca tem sido um cenário frequente de atentados relacionados ao jogo do bicho, com pelo menos dez grandes ataques registrados desde 1998. Segundo Rômulo Labronici, pesquisador do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos da UFF, a geografia da região, com suas largas avenidas, facilita a fuga dos criminosos. Além disso, a presença de contraventores que residem ou frequentam a área aumenta a probabilidade de conflitos.

Drummond estava saindo da academia no momento do ataque, um padrão observado em outros casos, onde bicheiros são alvos durante atividades cotidianas. Labronici destaca que a nova geração de banqueiros do bicho, como Drummond, opera de forma diferente das gerações anteriores, que costumavam viver perto de seus pontos de jogo. Eles agora controlam os negócios de longe, adaptando-se ao estilo de vida da Barra, marcada por condomínios de luxo.

A história de violência na Barra inclui assassinatos notórios, como o de Paulo Roberto de Andrade em 1998 e o sequestro de Myro Garcia em 2017. Esses eventos refletem uma guerra silenciosa e contínua pelo controle do jogo do bicho, que se intensifica a cada novo atentado. O ataque a Drummond é mais um capítulo dessa narrativa de poder e vingança que permeia a região.