16 de jul 2025
Trump deve recuar em ameaças de tarifas secundárias contra Putin
Trump muda postura sobre a guerra na Ucrânia e ameaça tarifas de até 100% sobre a Rússia, mas mercados mostram ceticismo quanto à eficácia.

O petroleiro russo SCF Surgut passa pelo Estreito de Bósforo em abril do ano passado. (Foto: Yoruk Isik/REUTERS)
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Donald Trump anunciou uma mudança significativa em sua postura sobre a guerra na Ucrânia, ameaçando impor tarifas secundárias de até 100% sobre a Rússia caso não haja um acordo de paz em 50 dias. Essa declaração foi feita em um evento recente, onde Trump estava acompanhado pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. A mudança de Trump é notável, considerando seu histórico de críticas a Volodymyr Zelenskiy e sua relação amigável com Vladimir Putin.
Os mercados financeiros, no entanto, demonstram ceticismo em relação à eficácia dessa medida. Após o anúncio, os preços do petróleo caíram, indicando que os investidores não acreditam que as tarifas serão implementadas. Analistas do banco ING destacaram que a falta de ações imediatas e a crença de que as ameaças não serão concretizadas explicam a reação do mercado.
As tarifas secundárias visam pressionar países que compram petróleo russo, como Índia e China, em vez de taxar diretamente as exportações da Rússia. O embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker, esclareceu que a intenção é atingir nações que continuam a importar petróleo russo, apesar das sanções. Desde 2022, a compra de petróleo russo foi banida nos EUA e na União Europeia, mas o gás natural ainda é negociado livremente.
A proposta de Trump levanta questões sobre sua viabilidade, especialmente considerando o histórico de ameaças semelhantes em relação à Venezuela, que não resultaram em sanções efetivas. Jorge León, da consultoria Rystad Energy, observou que, apesar das ameaças, nenhum país foi penalizado por comprar petróleo venezuelano.
A resposta da Rússia foi rápida, com o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, afirmando que o Kremlin está preparado para lidar com novas sanções. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, também comentou sobre a pressão que Trump enfrenta, sugerindo que a Rússia continuará a manter suas relações comerciais com países como China e Índia, que são essenciais para a compra de petróleo russo.
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