15 de jul 2025
México critica inação dos EUA no combate ao tráfico de armas para cartéis
Armas dos EUA alimentam crime organizado no México; 74% do tráfico provém de Texas, Arizona e Califórnia. Ação americana é questionada.

Um agente da polícia estatal recolhe armas apreendidas após uma apresentação à imprensa, em Tijuana. (Foto: Guillermo Arias/AP)
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As tensões entre México e Estados Unidos em questões de segurança se intensificam, especialmente em relação ao tráfico de armas. Um novo relatório revela que 74% das armas ilícitas que abastecem o crime organizado mexicano vêm de estados como Texas, Arizona e Califórnia. Essa situação evidencia a falta de ação efetiva do governo americano para controlar o tráfico de armamentos.
Estima-se que cerca de 200 mil armas sejam enviadas anualmente dos EUA para o México, alimentando os cartéis de drogas. O relatório da Secretaria de Segurança Cidadã do México, apresentado ao Congresso, destaca que as principais rotas de tráfico de armas foram identificadas entre novembro de 2024 e maio de 2025. O Departamento de Justiça dos EUA corroborou esses dados, apontando os mesmos estados como fontes de 73% das armas recuperadas no México.
Falta de Ação
Alejandro Celorio, responsável pela estratégia legal do México, critica a ineficácia das autoridades americanas em fiscalizar as rotas de tráfico. Ele afirma que, apesar do conhecimento sobre a origem das armas, não há um aumento nas ações de fiscalização ou na presença de agentes do Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF). O relatório mexicano também revelou a apreensão de 5.869 armas, 31 mil carregadores e mais de 1,2 milhão de munições.
Os dados indicam que Texas é o principal ponto de entrada para armamentos ilegais, representando 43% do total. Além disso, Baja California, Chihuahua e Guanajuato são os destinos mais frequentes das armas, que alimentam os cartéis de Sinaloa e Jalisco Nova Geração.
Negligência e Consequências
Especialistas apontam que a falta de ação do governo dos EUA perpetua o problema do tráfico de armas. Propostas recentes do governo americano visam reduzir o orçamento da ATF e flexibilizar as verificações de antecedentes para compra de armas, o que pode agravar ainda mais a situação. A responsabilidade do governo dos EUA em combater o tráfico de armamentos é questionada, com muitos afirmando que a negligência impacta diretamente a segurança no México.
A situação atual reflete um cenário adverso para o combate ao crime organizado, com a falta de medidas efetivas para controlar o fluxo de armas que alimentam a violência no país.


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