Amizades saudáveis melhoram a saúde mental e afastam relações tóxicas

O Dia do Amigo, celebrado em 20 de julho, é uma data que ressalta a importância das relações afetivas para a saúde mental. Especialistas afirmam que a amizade não apenas proporciona suporte emocional, mas também reduz os riscos de depressão e ansiedade.

De acordo com o psiquiatra Higor Caldato, do Instituto Nutrindo Ideais, as conexões sociais são fundamentais para o equilíbrio emocional. "O cérebro humano possui áreas específicas dedicadas ao comportamento social", destaca. Para ele, a convivência é uma necessidade biológica, essencial para o desenvolvimento de empatia e resolução de conflitos.

A psicanalista Marcela Jardim enfatiza que amizades verdadeiras funcionam como um porto seguro, especialmente para crianças e adolescentes. "Elas ajudam a rir, compartilhar sentimentos e enfrentar o cotidiano," afirma. A adolescência, marcada pelo desejo de pertencimento, exige que os grupos ofereçam apoio e segurança, evitando pressões e julgamentos.

A importância do diálogo

Caldato alerta que o excesso de interações sociais pode levar ao esgotamento emocional. "Quando a energia social chega ao limite, o ideal é fazer uma pausa consciente," recomenda. Para aqueles com dificuldades em socializar, como no caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o acompanhamento profissional é crucial.

As redes sociais e aplicativos de mensagens são ferramentas populares para manter contato, mas não substituem a profundidade das conexões presenciais. "Encontrar pessoas em ambientes reais continua sendo essencial," ressalta Caldato. Atividades em grupo, como esportes, também promovem motivação e conexão.

Identificando relações tóxicas

Marcela Jardim alerta sobre a importância de reconhecer limites nas amizades. "Amizade não é sinônimo de invasão," afirma. É fundamental saber dizer "não", especialmente entre jovens, que podem aceitar situações desconfortáveis por medo de exclusão.

Os pais desempenham um papel vital na formação das primeiras amizades das crianças. Conversas sobre experiências sociais ajudam a desenvolver a consciência emocional. "É essencial abrir espaço para o diálogo," conclui Marcela. Na adolescência, essa comunicação se torna ainda mais necessária para que os jovens se sintam seguros para compartilhar suas dificuldades.

Amizades tóxicas podem ser difíceis de identificar, mas sinais como críticas constantes e controle excessivo devem ser observados. "Uma amizade verdadeira é leve, respeitosa e acolhedora," finaliza Marcela.