- Relações entre o Planalto e a cúpula do Congresso estão tensas, com Motta e Alcolumbre sinalizando rompimento, o que pode afetar pautas como o PL Antifacção e tributos sobre fintechs.
- Motta afirmou à Folha de S. Paulo que não tem mais interesse em manter relação com Lindbergh Farias, após críticas ao PL Antifacção.
- Derrite alterou a versão do PL Antifacção ao relatar o projeto, o que desagradou o governo, que orientou voto contra a matéria.
- Alcolumbre rompeu com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, após a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal; a sabatina de Messias pode ficar para 2026.
- O governo segue tentando avançar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento de 2026, lidando com tensões entre Câmara e Senado.
Na reta final do ano legislativo, o governo Lula enfrenta dificuldades de diálogo com a cúpula do Congresso. As tensões envolvem o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, além de articulações sobre o PL Antifacção e o orçamento de 2026. A crise é alimentada por mudanças na base de apoio e por desentendimentos sobre pautas fiscais.
Motta declarou que não mantém mais relação com Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, ampliando o atrito já existente. A gestão do PL Antifacção também entrou no centro da disputa após alterações promovidas por Guilherme Derrite no texto, o que desagradou o Planalto e levou o voto contra por parte do governo.
Rompimentos no Congresso
No Senado, Alcolumbre rompeu com o líder do governo, Jaques Wagner, após a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal. Alcolumbre preferia a indicação de Rodrigo Pacheco para a vaga. A sabatina de Messias pode ficar para 2026, conforme avaliação de auxiliares.
Wagner reconheceu a tensão no Senado e indicou que a sabatina pode não ocorrer neste ciclo. O Ministério da Justiça afirmou que o AGU tentou contato direto com Alcolumbre sem sucesso. Em resposta, Alcolumbre disse que o Senado atuará no momento oportuno, seguindo o procedimento tradicional.
Impactos e próximos passos
Os embates entre Planalto e Congresso ocorrem em momento de dificuldade para aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e avançar o Orçamento de 2026. Além disso, pautas com impacto fiscal, como tributos de fintechs, permanecem sob negociação. O governo busca conciliar esforços para reduzir atritos sem prejudicar a tramitação das propostas prioritárias.