- Bolsonaro afirmou à audiência de custódia que a tentativa de violar a tornozeleira foi motivada por paranoia e alucinação causadas por medicamentos psiquiátricos.
- Disse ter tentado abrir a tampa da tornozeleira com um ferro de solda e que iniciou a movimentação na tarde de sexta-feira, 21; afirmou ter curso de operação do equipamento.
- A prisão preventiva foi mantida pela juíza, que considerou não haver irregularidade na determinação de Alexandre de Moraes.
- Alegou não se recordar de outros surtos desse tipo e afirmou estar em casa com a filha, o irmão e um assessor, sem que ninguém percebesse a movimentação.
- Após o episódio, foi levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília; a vigília convocada pelo filho ocorreria a 700 metros da residência.
Jair Bolsonaro, ex-presidente, estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica quando houve uma tentativa de violação do equipamento. Em audiência de custódia realizada neste domingo (23), ele afirmou que a ação foi motivada por paranoia e alucinações causadas por medicamentos psiquiátricos. O episódio ocorreu em Brasília, e resultou na sua remoção para a Superintendência da Polícia Federal na capital na manhã de sábado (22).
A audiência foi conduzida pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, que atua como auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ao final, a prisão preventiva foi mantida, com a justificativa de que não houve irregularidade na ordem da autoridade responsável pela vigilância. Bolsonaro negou intenção de fuga e alegou não ter rompido a vigília ou a cinta que prende o dispositivo.
Detalhes do episódio
Segundo a ata, o ex-presidente disse ter mexido na tornozeleira com um ferro de solda na tarde de sexta-feira, 21, e que interrompeu a ação por volta da meia-noite. Afirmou ter conhecimento técnico do equipamento e que o ferro estava em casa. Ainda sustenta ter relatado o ocorrido aos agentes que fiscalizam a prisão. Ele também comentou que estava em casa com a filha, o irmão e um assessor, e que ninguém percebeu a movimentação.
Bolsonaro afirmou ainda ter despertado para a realidade após o episódio e rejeitou qualquer ideia de que a vigília seria utilizada para facilitar uma fuga, destacando que a vigília liderada pelo filho Flávio ocorreria a 700 metros do imóvel. O ex-presidente foi encaminhado à PF após o incidente. [Informação baseada na apuração da Agência Estadão, Conteúdo de Carolina Brígido e Weslley Galzo.]