- Bolsonaro foi preso na sua residência em Brasília após indícios de que planejava fugir para uma embaixada estrangeira para evitar a prisão, relacionada à sentença de 27 anos por orquestrar um golpe.
- A tornozeleira eletrônica usada para monitorar seus passos foi adulterada, levando a uma ordem de prisão emitida pela Suprema Corte na madrugada de sexta-feira.
- Em audiência de custódia no domingo, o ex-presidente afirmou ter usado um ferro de solda na tornozeleira, dizendo ter ficado paranoico por causa de medicamentos.
- Bolsonaro nega ter feito planos para deixar a mansão alugada onde vive em prisão domiciliar desde agosto.
- O caso envolve tensões anteriores com autoridades brasileiras e com o ex-presidente dos Estados Unidos, mas o foco atual são as ações que levaram à prisão e as alegações de adulteração do dispositivo.
Bolsonaro afirmou durante audiência de custódia ter usado um ferro de solda na tornozeleira eletrônica porque acreditava estar sob gravação secreta. O homem de 70 anos disse que isso ocorreu após permanecer sob monitoramento por suspeita de fuga, vinculada a uma ordem de prisão após adulteração do dispositivo. O episódio aconteceu após a detecção de falha no monitoramento e a decisão de prender o ex-presidente.
O ex-chefe de Estado foi preso em 6h de sábado na casa em que vive, em Brasília, onde estava em regime de prisão domiciliar desde agosto. A detenção ocorreu pouco após o Supremo Tribunal Federal ter ordenado a prisão por suspeita de planejar fuga para uma embaixada estrangeira para evitar cumprir pena de 27 anos por supostamente chefiar um golpe fracassado.
Agressões à tornozeleira e contextos
Bolsonaro afirmou não recordar ter tido episódio psicótico anterior e atribuiu o quadro a dois medicamentos recentes, seguindo de relatos de paranoia. Em vídeo de sexta-feira, ele reconheceu ter interferido no equipamento por curiosidade, porém negou planos de fuga. A audiência ocorreu 24 horas após a prisão ser decretada.
A notoriedade do caso é acompanhada por tensões diplomáticas e pela posição de apoiadores e opositores. A relação com aliados no exterior, especialmente com o ex-presidente Donald Trump, foi citada em análises, ainda que o governo americano tenha indicado cautela em relação a medidas de retaliação.