- A primeira ministra Sanae Takaichi reabre o debate sobre a política antinuclear do Japão, considerando revisar a doutrina dos três não.
- A possível mudança pode levar ao aumento do gasto militar acima de dois por cento do PIB e a reavaliação da autodefesa coletiva.
- O Partido Liberal Democrático discute documentos de defesa e prevê revisar a Estratégia de Segurança Nacional até o fim de dois mil e vinte e seis.
- A tensão com a China em relação a Taiwán cresce; Trump ligou para Takaichi após conversas com Xi, destacando a aliança entre Japão e Estados Unidos.
- Nihon Hidankyo, grupo de sobreviventes das bombas atômicas, protestou, pedindo continuidade dos três princípios antinucleares e sua transformação em lei.
A premiê japonesa Sanae Takaichi abriu o debate sobre a política nuclear do país, sinalizando a possibilidade de revisar a doutrina dos três não e ampliar o gasto militar acima de 2% do PIB. A medida pode alterar a postura de defesa de Japão e ampliar o foco na autodefesa coletiva, em meio a tensões com China e Coreia do Norte.
A medida ocorre em meio a negociações internas do Partido Liberal Democrático (PLD) sobre a Estratégia de Segurança Nacional e demais diretrizes de defesa. Takaichi assumiu a liderança do governo há cerca de um mês e já defende acelerar o aumento do orçamento militar, além de revisar a doutrina atômica.
Entre os temas em discussão estão os três princípios antinucleares: não possuir, não produzir e não permitir armas nucleares em território japonês. O governo estima discutir propostas para feed o debate até o fim de abril, com uma revisão prevista para o fim de 2026. A pressão por segurança regional cresce com o aumento da atuação chinesa.
Desdobramentos diplomáticos
Nihon Hidankyo, principal grupo de sobreviventes dos bombardeios, protesta contra a revisão nuclear, defendendo a manutenção dos princípios e a não proliferação. As mudanças ocorrem em um momento de intenso relacionamento entre EUA, Japão e China, com telefonemas entre Trump e Takaichi, e entre Xi Jinping e Trump sobre Taiwan.
A reação internacional também envolve a expectativa de que o Japão possa ampliar o conceito de autodefesa coletiva, abrindo caminho para uma atuação mais pró-ativa das Fuerzas de Autodefensa. O governo aponta como contexto a competição regional com China e a instabilidade na península coreana, além do reflexo da relação com os EUA.