- O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, avançou com uma declaração conjunta no G-20, mesmo diante de resistência dos Estados Unidos.
- O governo americano pressionou pela ausência de um texto comum, após Trump acusar genocídio na África do Sul para sabotar a cúpula.
- A declaração conjunta incluiu termos defendidos por muitos, como “género” e “mudança climática”, e destacou prioridades de solidariedade, igualdade e sustentabilidade.
- Ramaphosa e seus aliados rejeitaram transferir o poder a um encarregado de negócios, mantendo a figura do presidente como titular, com o representante a ser recebido pelo Ministério das Relações Exteriores.
- A Casa Branca criticou Ramaphosa por não facilitar a transição e manifestou desagrado com a marcha a seguir para uma declaração conjunta sem o consenso dos EUA.
Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, enfrentou tensões durante a cúpula do G-20 após acusações de genocídio feitas por Donald Trump contra a África do Sul, usadas para pressionar a pauta. O episódio incluiu a exibição de vídeos e recortes de imprensa, criando um cenário hostil para a condução dos trabalhos.
Mesmo sob pressão, Ramaphosa e aliados manteram a agenda de cooperação e buscaram uma declaração conjunta entre líderes. O texto incluiu termos defendidos por opositores de Trump, como “género” e “mudança climática”, além de priorizar conceitos de solidariedade, igualdade e sustentabilidade.
A controvérsia ficou evidente quando os EUA boicotaram a declaração conjunta e sinalizaram a necessidade de consenso sem a participação de Washington. O governo americano também pretendia enviar um encarregado de negócios para a cerimônia de encerramento, após assumir a presidência do grupo.
Diante disso, a África do Sul insistiu na formulação de um comunicado conjunto, rejeitando a ideia de transferir o poder a um diplomata de carreira para cumprir o papel de representante temporário. A próxima recepção do substituto será intermediada pelo Ministério das Relações Exteriores.
No contexto interno, Ramaphosa enfrentou resquícios de crise política: a derrota eleitoral de 2024 do ANC abriu debate sobre governabilidade. O presidente mantém, no entanto, o comando de um governo de coalizão que busca avanços na agenda de justiça internacional e estabilidade econômica.
Entre os destaques da atuação sul-africana na cúpula, destacou-se a defesa de uma posição multilateral firme, com foco em desigualdades globais, cooperação climática e responsabilidade internacional. A Casa Branca reagiu, criticando a estratégia de Ramaphosa de avançar com a declaração sem a presença de EUA.