- O Kremlin rejeita o plano de paz europeu e diz que suas disposições são pouco construtivas para a Rússia, mantendo como base o rascunho original dos EUA.
- O plano original dos EUA tinha 28 pontos, incluindo a entrega de Donetsk e Lugansk, congelamento de Jersón e Zaporíia e a recusa da adesão da Ucrânia à OTAN.
- Após a reunião entre Kiev e Washington em Genebra, o novo texto foi reduzido a 19 pontos, com algumas demandas ucraínas mantidas para debate posterior.
- Putin informou a Erdogan que a proposta original pode servir como base para um acordo de paz, mas ainda não houve acordo entre as partes.
- O Kremlin reforçou que as negociações ainda não estão concluídas e que o roteiro permanece sujeito a revisão por todas as partes envolvidas.
O Kremlin rejeitou o plano de paz europeu e as convergências observadas entre Washington e Kiev, afirmando que a proposta original de 28 pontos, que desfez a leitura atual, pode servir de base apenas como referência. Yuri Ushakov, assessor de Putin, disse que as disposições são pouco construtivas para a Rússia.
Após a reunião entre Kiev e Washington em Genebra, o plano foi reduzido a 19 pontos, com algumas exigências então consideradas pela parte ucraniana. O Financial Times apontou a mudança, enquanto o RBC Ucraina mencionou que questões sobre territórios e a adesão à OTAN ficaram para debate posterior em nível presidencial.
Em conversa com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, Putin afirmou que a versão original dos EUA “poderia servir de base” para um acordo de paz definitivo. O Kremlin destacou que permanece sem acordo e reforçou a leitura de que o caminho para a paz precisa respeitar as posições russas.
O diplomata russo ressaltou que o Kremlin conhece uma das opções do plano americano, mas que ainda não houve negociações formais amplas entre as partes. Ushakov criticou a proposta europeia, que prevê garantias de segurança semelhantes ao Artigo 5 da OTAN, sem, porém, detalhar o que seria aceitável para Moscou.
Ao longo dos últimos meses, as declarações de autoridades russas indicaram cansaço com a aceleração de negociações. Putin referiu-se à necessidade de revisar o plano de 28 pontos de forma exaustiva, alinhando-o com os objetivos estratégicos russos, incluindo a influência sobre territórios na região.
Analistas ressaltam que a leitura de que o plano original pode servir de base não assegura avanços rápidos. O Kremlin enfatizou que não houve acordo definitivo e que as negociações ainda demandam clarificações entre as partes envolvidas, inclusive em Washington e em Berlim.
Ainda conforme relatos, o debate atual ocorre em meio a tensões financeiras: estimativas indicam queda de cerca de 35% na exportação de petróleo russa em novembro, ante igual mês de 2023, refletindo o impacto de sanções. O cenário aponta para continuidade de negociações sem conclusão imediata.