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Judicial italiano ordena remoção de filhos de casal britânico-australiano que vivia na mata

Justiça juvenil na Itália determina afastamento de três filhos de casal off-grid na Abruzzo, após avaliação de higiene e educação, gerando intenso debate político

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Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
Nathan Trevallion and Catherine Birmingham. Photograph: Supplied
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  • O tribunal juvenil de L’Aquila determinou a remoção de três filhos de um casal britânico-australiano que vivia em Palmoli, Abruzzo, após encontrar violações graves de direitos infantis.
  • As crianças – Utopia Rose, oito anos, e os gêmeos Galorian e Bluebell, seis anos – eram criadas em regime off-grid, com alimentação própria, energia solar, água de poço e homeschooling.
  • A decisão destacou condições de higiene, habitação e educação inadequadas, descrevendo a moradia como sem instalações sanitárias e com renda irregular.
  • As crianças foram retiradas pela polícia e encaminhadas a um abrigo administrado pela igreja; a mãe acompanha as crianças, enquanto o pai tem acesso limitado.
  • O caso provocou amplo debate político na Itália, com críticas de setores do governo e apoio a manter a família unida, além de ações de apelação dos responsáveis.

Oito meses após uma hospitalização do núcleo familiar por intoxicação em fnibus, a Justiça Juvenil de L’Aquila determinou a remoção de três filhos de um casal britânico-australiano criado em uma propriedade rural na Abruzzo. A decisão aponta violações graves de direitos devido ao modelo de vida off-grid, higiene, habitação e educação. Os filhos foram encaminhados a um abrigo mantido por igreja; a mãe permanece com eles, enquanto os pais seguem com acesso limitado.

O casal, formado por Nathan Trevallion e Catherine Birmingham, vive no interior de Palmoli desde 2021. Eles cultivavam alimentos, utilizavam energia solar, extraíam água de poço e faziam homeschooling para os três filhos. A rotina incluía atividades com animais na área rural e visitas semanais à cidade costeira de San Salvo.

A avaliação judicial descreveu condições de moradia como precárias, sem instalações sanitárias adequadas e sem renda estável, além da ausência de frequência escolar. O tribunal considerou que as condições poderiam apresentar riscos à saúde e ao desenvolvimento das crianças, justificando a medida de proteção.

A defesa dos pais contesta a decisão e planeja recurso, afirmando que a família não recebia apoio institucional suficiente. Os advogados destacam que a autonomia escolhida pela família não equivale a abandono ou negligência intencional. O caso gerou debates públicos sobre educação alternativa e políticas sociais na Itália.

O processo também ganhou contornos políticos: setores do governo italiano expressaram preocupação com o bem-estar das crianças, enquanto o judiciário foi alvo de críticas de parte da oposição e de segmentos que apoiam o direito de estilos de vida diferentes. Analistas apontam que a cobertura do caso evidenciou tensões entre normas de proteção infantil e modos alternativos de criação.

Segundo especialistas, a discussão envolve equilíbrio entre proteção infantil, liberdade de educação e intervenções do Estado em ambientes familiares afastados do convívio urbano. Ainda não há definição sobre o que virá a seguir no caso, que permanece em trâmite judicial.

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