- O plano de paz de 28 pontos entre EUA e Rússia, vazado na semana passada, colocou Washington, Kyiv e capitais europeias em tensão, inclinando a mesa de negociações a favor da Rússia.
- O texto aponta que o documento foi, em grande parte, elaborado na Flórida por Steve Witkoff e Kirill Dmitriev; Donald Trump passou a apoiá-lo, enquanto Zelensky pode recusá-lo.
- Putin sinalizou que as propostas “podem formar a base de um acordo final”, mas espera concessões adicionais; a Rússia manteve silêncio inicial sobre o plano.
- Surge uma contraproposta de 19 pontos, mais favorável a Kyiv, porém Moscou deve rejeitá-la; Washington permanece dividido sobre quem lidera o processo.
- Se a diplomacia estagnar, Putin tende a manter a pressão militar, até que Kyiv aceite o plano original; o impulso político nos EUA continua incerto.
O plano de paz de 28 pontos entre Estados Unidos e Rússia, vazado na imprensa na semana passada, provocou mudanças rápidas no cenário diplomático. Elaborado com grande parte de origem norte-americana, ele passou a influenciar a relação entre Washington, Kyiv e capitais europeias, ao tempo em que Washington mantém sanções e negociações com Moscou.
Segundo as informações, o texto foi, em grande parte, elaborado na Flórida por Steve Witkoff, empresário americano, e Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo. A leitura inicial foi recebida com apoio de Donald Trump, enquanto Vladimir Putin sinalizou abertura para as negociações; Kyiv, por sua vez, enfrenta pressão para aceitar termos que não ferem seus interesses estratégicos. A gestão de Zelensky já avaliou possíveis recuos.
No fim de semana, o Kremlin manteve discurso cauteloso, mas sugeriu que as propostas podem embasar um acordo final, enquanto Moscou admite que pode exigir ajustes. A maior parte do conteúdo permanece vaga em pontos críticos como neutralidade de Ucrânia e expansão da OTAN, o que alimenta disputas internas no governo americano sobre liderança e direção das negociações.
Proposta de 19 pontos
Na segunda-feira, Washington e Kyiv apresentaram uma contraproposta de 19 pontos, mais favorável a Kyiv, mas que adia as questões politicamente sensíveis para etapas futuras. Moscou tende a rejeitar o documento, mantendo expectativa de revisões que atendam aos seus interesses. Analistas apontam que, mesmo com apoio de Trump, a conclusão de um acordo depende de avanços concretos.
Especialistas ressaltam que, mesmo com avanços, Putin pode exigir mais concessões, e Zelensky pode recusar propostas que comprometam sua aliança com os EUA. Enquanto isso, o ritmo diplomático segue acelerado, com o objetivo de evitar que a guerra se consolide em termos desfavoráveis a Kyiv. A resposta final, contudo, permanece incerta conforme o desenrolar das negociações e das posições internas americanas.