- COP 30, em Belém, terminou sem o mapa do caminho para fim dos combustíveis fósseis nem para zerar o desmatamento, mesmo com apoio inicial de cerca de vinte países.
- Países árabes, China e Índia resistiram, o que impediu avanços sobre o tema; o texto final não mencionou as propostas de fósseis.
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar satisfeito com o “sucesso” do evento, afirmando ter iniciado o debate sobre o mapa do caminho.
- O governo brasileiro informou que criará, por conta própria, dois mapas do caminho para desmatamento e transição energética.
- O encontro teve bate-boca entre delegações e críticas à condução do processo; houve avanço tímido no financiamento de adaptação climática, sem valores definidos.
O documento final da COP 30, realizada em Belém, não menciona o mapa dos caminhos para o fim dos combustíveis fósseis nem o roteiro para zerar o desmatamento, conforme defendia o governo brasileiro. A proposta enfrentou resistência de países árabes, China e Índia, que impediram avanços sobre o tema.
Lula tentou impor as metas e abriu espaço para o debate, inicialmente com apoio de cerca de 20 países, entre eles Colômbia, Reino Unido, França, Suécia e Ilhas Marshall. Mesmo assim, o texto final não incorporou as propostas consideradas centrais pelo Palácio do Planalto.
Após o encerramento da COP 30, o governo anunciou a criação de dois mapas do caminho por conta própria, para enfrentar o desmatamento e a transição energética. O anúncio ocorreu em meio a um clima de acalorada troca de palavras entre delegações, no que ficou descrito como bate-boca institucional.
Desdobramentos e reação internacional
O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, afirmou que as iniciativas nacionais servem para superar a dependência dos fósseis de forma ordenada. Delegações latino-americanas, como Colômbia e Panamá, manifestaram preocupações sobre procedimentos e pedidos de fala não atendidos, o que gerou tensões entre as delegações.
Na avaliação de observadores, o texto final avançou apenas de forma tímida no financiamento da adaptação climática, com o objetivo de ampliar recursos até 2035, sem detalhar os valores nem o papel das partes envolvidas. O episódio acabou destacando a dificuldade de chegar a um consenso sobre combustíveis fósseis e desmatamento no atual ciclo de negociações.