Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolgeopolítica

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?
Entrar

Jersey como refúgio para sanções envolvendo bilhões de Roman Abramovich

Jersey divulga quinze acórdãos inéditos sobre residência de Abramovich em 2017, relocação de ativos em 2017 e 2021, com consultas a Londres; caso segue em apuração

Imagem do autor
Por Revisado por Luiz Cesar Pimentel
The tide turned against Abramovich in Jersey in 2022, when authorities froze $7bn of assets suspected of having been connected with him.
0:00 0:00
  • Acórdãos inéditos de Jersey revelam que Abramovich teve residência aprovada em 2017 e teve ativos transferidos para Jersey em 2017 e 2021, antes da invasão da Ucrânia.
  • As decisões detalham transferências de ativos no valor de cerca de US$ 7 bilhões e a autorização para relocation de empresas que controlavam grande parte de sua riqueza.
  • Houve várias checagens e encontros entre autoridades de Jersey e Londres; o governo do Reino Unido foi consultado repetidamente sem objeções aparentes até o início de We 2022.
  • Em abril de dois mil e vinte e dois, Jersey congelou ativos ligados ao oligarca e, em janeiro de dois mil e vinte e três, abriu investigação de lavagem de dinheiro e supostas violações de sanções.
  • O recurso de Abramovich contra decisões de Jersey foi rejeitado pelo comitê de privy council; a apuração pela Economic Crime and Confiscation Unit permanece em andamento.

Em Jersey, o bastião financeiro conhecido como paraíso fiscal, surgem novos detalhes sobre a relação com Roman Abramovich. Juízes da ilha publicaram 15 acórdãos inéditos que revelam aprovações de residência em 2017, relocação de ativos em 2017 e 2021, além de várias checagens com autoridades londrinas. O caso envolve o contexto de sanções e investigações que se arrastam desde 2022.

Os documentos indicam que Abramovich solicitou residência em 2017, com a aprovação do governo de Jersey, sob um regime voltado a ultra alto padrão de riqueza. Também houve autorização para mover empresas controlando parte de sua fortuna para Jersey, em um conjunto de operações que se estenderam a 2017 e 2021.

Desdobramentos envolvendo Londres e o Privy Council

As decisões mostram que Londres foi consultada em diversas etapas, com pelo menos sete checagens de antecedentes e quatro encontros presenciais entre autoridades de Jersey e do governo britânico. As análises ocorreram antes da invasão da Ucrânia, e não houve objeções políticas conhecidas naquela época.

A partir de abril de 2022, Jersey congelou ativos no valor estimado em 7 bilhões de dólares ligados a Abramovich. Em janeiro de 2023, uma decisão judicial revelou que as ações de busca faziam parte de uma investigação criminal do procurador-geral de Jersey sobre lavagem de dinheiro e violações de sanções. A defesa nega irregularidades, alegando motivações políticas.

Medidas legais subsequentes

Em 2023, Abramovich e entidades associadas buscaram reverter o congelamento de ativos, mas a juristória local manteve as medidas. Em outra ação, o empresário contestou judicialmente a decisão de investigar, o que também foi rejeitado pela justiça de Jersey. Os acórdãos foram anonimizados para proteger identidades de parceiros e empresas envolvidas.

No âmbito institucional, o Privy Council—tribunal de apelação para territórios e dependências britânicas—decidiu recentemente não atender ao recurso de Abramovich, encerrando aquela etapa do litígio. A defesa do empresário reiterou que não houve conclusão sobre corrupção ou envolvimento em atividades ilícitas.

Contexto institucional e segurança reputacional

Relatos internos mostram que, em 2016, técnicos da Jersey Financial Services Commission apontaram risco reputacional devido à relação de Abramovich com o governo russo. Os documentos indicam que o caminho para Jersey envolveu consultas com a diretoria de segurança nacional do Reino Unido e com a FCA, mantendo canais abertos até a invasão da Ucrânia.

Questionado sobre a operação, um porta-voz da Procuradoria-Geral de Jersey destacou que a investigação permanece em curso e que as informações agora públicas não configuram conclusão sobre as acusações. A defesa reforçou que não houve decisão de acusação até o momento.

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais