- O rascunho do plano de paz dos EUA para a Ucrânia, vazado nesta semana, endossa parte das exigências russas: cedência de áreas do Donbas, limitação militar e abandono de ambições de entrar na OTAN, com prazo de resposta para Kyiv até quinta-feira.
- Washington pediu a Kyiv uma resposta dentro do prazo, enquanto líderes europeus discutem, à margem do G20, que o texto precisa de trabalho adicional e que fronteiras não devem ser alteradas pela força.
- O texto também sinaliza que elementos relativos à União Europeia e à OTAN dependem de acordo entre as partes, e que há esforço para tornar uma futura paz sustentável.
- O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que é essencial que a Ucrânia tenha meios para se defender, mesmo com eventuais limitações, e que o debate continuará em Genebra nos próximos dias.
- O presidente francês, Emmanuel Macron, criticou o G20, afirmando que o grupo corre risco de perder relevância diante de crises não resolvidas, enquanto Trump ausentou-se do encontro na África do Sul.
O rascunho do plano de paz dos EUA para a Ucrânia vazou e já recebeu críticas de líderes europeus. O texto, apresentado durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, sugere ceder parte das exigências russas, como a gestão do Donbas, limites militares e ambições da Ucrânia de integrar a OTAN. Washington deu prazo a Kyiv para responder até quinta-feira.
Os europeus disseram que o conteúdo precisa de alterações significativas. Em nota conjunta, líderes de França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Espanha, Holanda, Irlanda, Finlândia, Noruega e da UE destacaram que fronteiras não podem ser alteradas pela força e que aceitará apenas mudanças com acordo. Ucrânia e EUA devem se encontrar em breve na Suíça para tratar o tema.
Na linha da cautela, o primeiro-ministro britânico afirmou que a proposta de limitar o poder militar ucraniano é central para um cessar-fogo sustentável, mas há consenso de que elementos essenciais para a paz exigem mais trabalho. O encontro no G20 também discutiu outras crises globais, como Sudão e Palestina.
Macron questionou a eficácia do G20 diante de divergências entre seus membros. O presidente francês ressaltou que o grupo pode estar chegando ao fim de um ciclo e que o G20 precisa de prioridades claras para se manter relevante. O anfitrião Ramaphosa defendeu a importância do multilateralismo.
O rascunho vazado já provocou perguntas sobre o papel dos EUA e a participação de Rússia e China na cúpula. O evento, com Trump ausente, manteve foco na busca por uma paz estável na Ucrânia, mas também enfatizou a necessidade de cooperação em outras frentes internacionais.
Fontes oficiais disseram que a Ucrânia e os EUA devem retomar as negociações nos próximos dias, com foco em pontos que possam sustentar um acordo de paz que seja duradouro. A reunião de Geneva também está prevista para dar continuidade aos debates sobre o texto.