- Nathan Gill, ex-eurodeputado e aliado de Nigel Farage, foi condenado a mais de dez anos de prisão por oito delitos de suborno envolvendo o oligarca ucraniano Oleg Voloshin, aliado de Putin.
- A investigação, realizada pela Polícia Metropolitana de Londres com colaboração do FBI, apontou pagamentos de mais de 45.000 euros ao condenado.
- Gill reconheceu a culpa em oito crimes de suborno, cometidos entre dezembro de 2018 e julho de 2019.
- Farage afastou-se do caso; o partido Reform UK repudiou as ações de Gill.
- A sentença levanta questões sobre supostas lealdades de Farage e sobre a influência pró-Kremlin na atuação de antigos membros da sua base política.
Nigel Farage, líder populista britânico, viu um de seus ex-colaboradores ser condenado a mais de dez anos de prisão por oito delitos de suborno. Nathan Gill, que já foi eurodeputado e líder do Reform UK, aceitou pagamentos de um oligarca ucraniano aliado de Putin. A sentença envolve recebimentos entre 2018 e 2019, totalizando mais de 45 mil euros.
A investigação foi conduzida pela Polícia Metropolitana de Londres, com cooperação do FBI. Segundo as autoridades, Gill fornecia argumentos alinhados aos interesses do Kremlin em sessões do Parlamento Europeu, exercendo influência para validar a narrativa pró-Rússia. O caso evidencia vínculos duvidosos entre Farage e figuras associadas a Moscou.
Gill admitiu a culpabilidade em setembro, após interceptação de comunicações do oligarca Voloshin pelo FBI. Em Londres, o juiz da Central Criminal condenou o eurodeputado por traidores à segurança nacional, destacando que o comportamento violava leis e a confiança do eleitorado.
A defesa de Farage alegou distância do caso, com o Reform UK enfatizando repúdio às ações de Gill. O partido afirmou que o episódio não reflete sua conduta e que a justiça foi feita. A fala oficial também ressaltou que o grupo não tolera irregularidades.
A notícia repercute nos cenários político e midiático britânico. O governo do premiê Keir Starmer e a oposição conservadora buscam distinguir-se da retórica populista liderada por Farage, explorando o embaraço causado pela ligação com Gill.
Em comunicado, o Reform UK reforçou que Gill não representa o partido e que investiga possíveis falhas internas. A corte encarregou Gill de cumprir a pena, com suspensão de parte do tempo sujeita a critérios legais.
O caso levanta questões sobre a transparência de financiamentos e a influência de interesses externos na política britânica, especialmente em temas como imigração e relações com a Rússia. A Justiça britânica concluiu a ação penal contra Gill, sem efeito direto sobre Farage.