- Genealogista que trabalha com a Tribal Alliance Against Frauds (Taaf) não encontrou evidência de ascendência Cherokee em nenhuma linha familiar de Thomas King.
- King, escritor canadense-americano que há décadas afirma ter ascendência indígena, foi informado sobre os resultados em reunião por videochamada com a Taaf, em meio a novembro.
- O autor disse aceitar os resultados e, se necessário, devolver o National Aboriginal Achievement Award recebido em 2003; outros prêmios seriam por escrita, não por etnia.
- A Taaf, grupo com sede na Carolina do Norte, investiga fraudes de identidade indígena e teria sido a principal fonte de boatos sobre a ascendência de King.
- Ao longo da carreira, King ganhou prêmios como o RBC Taylor Prize (2014) e a medalha Stephen Leacock (2020) e foi promovido a Companheiro da Ordem do Canadá (2020; título de reconhecido pela contribuição cultural).
King, autor canadense-americano, afirmou ter seções de ascendência indígena ao longo de sua carreira. Nesta semana, uma genealogista vinculada à Taaf (Aliança Tribal Contra Fraudes) informou que não encontrou evidência de ascendência Cherokee em nenhuma linha familiar. O encontro ocorreu em meados de novembro, com a participação de representantes da Taaf, organização que atua para expor fraudes de identidade indígena nos EUA.
Segundo King, ele aceitou os resultados e pondera devolver prêmios não por etnia, mas pela autenticidade de sua vida pública. O caso ganhou repercussão após o relato de que a genealogista não localizou traços Cherokee em nenhuma geração de sua árvore genealógica, desafiando narrativas que o acompanharam há décadas.
Contexto e premiações
O escritor nasceu na Califórnia e vive no Canadá desde 1980, onde lecionou estudos indígenas na Universidade de Lethbridge. Entre os riconhecimentos, destacam-se o RBC Taylor Prize de não ficção (2014), o Prêmio Stephen Leacock de humor (2020) e a promoção a Companheiro da Ordem do Canadá (2020). King também havia recebido um prêmio nacional de reconhecimento aborígene em 2003, cuja possível devolução ele sinalizou considerar.
Repercussões na carreira
King disse, em pronunciamento, que acredita ter sido enxergado como mestiço Cherokee ao longo de sua trajetória e que não houve intenção de enganar. A Taaf indicou que a investigação não aponta fraude de identidade de terceiros, mas o autor afirmou que, ao confirmar a ausência de ascendência Cherokee, não pretende enfatizar a própria etnia como núcleo de seu trabalho.